terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vamos ter que abrir um novo horizonte, um novo céu!


Primeiramente, eu gostaria de avisar que essa história é divida em duas partes, portanto, uma postagem hoje mais cedo e outra hoje mais tarde, pra poder recapitular calmamente os acontecimentos ocorridos nesse meio tempo.
E então, começamos a nossa viagem, e pela amostra parece que vai bombar!!!Vamos retroceder ao dia anterior quando a Anie, minha caçulinha, encerrou suas férias em Porto Velho e retornou a Brasília, onde cursa Arquitetura e Urbanismo no CEUB, que segundo ela é na verdade Arquiloucura e Torturismo.
Tudo normal? Normal seria, se ela tivesse uma mãe normal, dona de casa de preferência, um pai normal, que lê o jornal aos domingos e que nunca pôs os pés pra fora do quintal,mas além dos pais um tanto quanto excêntricos e aventureiros, a coitada ainda faz um curso de gente doida e aparentemente tá viva até agora, já é um grande avanço eu garanto. Mas, tenho a leve impressão que deixei essa menina cair de cabeça, só pode, pedi pra ela com aquele jeitinho que só mãe tem: “Anie, o que você está fazendo?” Ela retira o livro do rosto e diz: “”Nada” Eu finjo não perceber o tijolo de adobe que ela chama de livro e digo: “Ótimo, então já que você não está fazendo nada, enche o pen-drive do seu pai, com a seleção de músicas que tem no meu computador.”





Pedido feito, pedido aceito certo?! Errado, a menina até que não foi das piores fez tudo o que eu mandei, porém o pen-drive era tão pequeno que com medo de perder, ela guardou no bolso, genialidade a gente vê por aqui, enfim ela foi embora pra Brasília com o pen-drive muito bem guardado, acho que se eu tivesse mandado ela engolir provavelmente o resultado seria o mesmo, eu ficaria na mão do mesmo jeito, mas pelo ela teria que ir no médico fazer uma lavagem estomacal. Que horror, né?! Pensem bem, eu só pensei em mandar ela engolir, não mandei de fato! Créditos pra mim. Lá se foram 2.500 músicas que seriam ouvidas durante todo o percurso que começou em Porto Velho-RO passando pelo Acre, entrando no Peru, atravessando a fronteira para o Chile, com uma parada estratégica em San Pedro do Atacama, atravessando para a Argentina e chegando no Paraguai quando, finalmente, estaremos retornando ao Brasil por Ponta Porã até Campo Grande-MS, terra onde vivi minha infância e parte de minha adolescência, “adolescência”, é por vezes uma fase da vida tão irritantemente e irritante que devia ser um palavrão respondente a p***a ( Eu sou uma lady, não falo palavrões em voz alta, salvo raras excessões no trânsito de Porto Velho, mas daí nem o papa né?! Desculpa, esqueci que não existe mais um papa, falha minha), enfim guardo no coração um enorme carinho por esse lugar e no bolso uma bomba pra explodir tudinho! Brincadeirinha, o terrorismo só é perdido com filhos mais jovens, maridos e netos.
Mas, voltemos ao dia de hoje. É claro que tive que adquirir outro pendrive e regravar todas as músicas que eu queria. – Tem um ditado que diz - ¨Se quiser bem feito, faça você mesmo!! Mas valeu a pena, gravei só o que eu queria!!!






Malas prontas, coração acelerado, motos roncando e.... Cadê a chave do carro?? Procura, procura, procura e nada... Abdiel decide então entregar a cópia que ele iria manter consigo em caso de necessidade. Detalhe: essa cópia foi guardada no dia anterior e a chave que SEMPRE esteve em sua mão era a que procurávamos...Fico me perguntando se o erro tivesse sido de qualquer um menos do Abdiel, acho que essa pessoa teria sido feito uma grande pira no quintal e se juntado as grandes bruxas da inquisição.Mas o importante é que colocamos o carro na estrada e juntos fomos para o Posto do Roque onde o nosso amigo, especialista em ״carro de apoio" – HAROLDO LEITE- nos esperava. Por sinal, muito pontual!!
Pontualidade que faltou ao BESSA, o colega que decidiu na véspera fazer parte da equipe, pelo menos até Cuzco. Esperamos, esperamos, esperamos, esperamos eu já disse que nós esperamos bastante?! Daí eu resolvi bater um bolo e fazer um cafézinho e depois que todo mundo comeu e tirou um cochilo, o Abdiel resolveu ligar. Conclusão: ele estava em frente a sua Agencia Bancária esperando as portas abrirem – coisa que só aconteceria as 9h da manhã. Sob pressão o coitado resolveu desistir da empreitada e, sob a promessa com a mão no coração que nós não iamos deixa-lo nem mendigando e nem passando fome em Cuzco( como eu ainda estava extremamente sentida pela loooooonga espera,sem satisfações, não prometi nada em relação ao emprego de criador de alpacas e lhamas que eu tenho guardado pra ele quando nós chegarmos lá), finalmente, ao encontro dos demais integrantes desta aventura.
Resolvido o problema, cada um em sua posição foi dado a largada – a primeira moto se posiciona e, logo em seguida o Abdiel, cumprindo o que acredita ser sua missão divina, assume a liderança e logo atrás o Bidinho coloca a sua moto em ponto de partida e ....ouve-se ao fundo um fraco gemido de um motor que se recusa a funcionar. Paralisados todos esperam a segunda tentativa e...NADA. A bateria decidiu não trabalhar mas, como somos pessoas de muita sorte, a pane aconteceu em frente a uma Auto Elétrica cujo dono, encantado com as máquinas, se prontificou em ajudar e dar uma carga de animo à bateria que, depois do choque que levou resolveu voltar a trabalhar. Gente, tinha que existir uma a alma caridosa nesse mundo depois de tanta macumbada, vou te contar, tava quase fazendo uma promessa pra São Longuinho, pra ver se ele achava pra mim o rumo da estrada, cogitei até em trocar os três pulinhos por um pulo de paraquedas , mas meus filhos que já não me acham a mais normal das mães, iam me interditar eu tenho certeza! Ah, paraquedas querido, fica pra próxima!





Enfim, pegamos a estrada rumo a Epitaciolândia - Acre – Divisa entre o Brasil e a Bolívia. Agora sim, a adrenalina estava a mil!! O dia amanheceu nublado, com muitas nuvens carregadas fazendo com que a temperatura estivesse muito agradável, o que permitiu que a nossa viagem rendesse muito bem e recuperássemos parte do tempo dispêndio no inicio.
Passando Vista Alegre do Abunã paramos na beira da estrada e colocamos nossas capa e já protegidos entramos na chuva – QUE DELICIA – percorremos uma longa distância com a água caindo de mansinho!!!
Na divisa entre Rondônia e Acre passamos pela primeira vistoria e não teve conversa, tivemos que abrir as maletas e mostrar, com certo detalhe,o que carregávamos e – olha que nem a barba branca e comprida do Abdiel os intimidou, ao contrário, adoraram esmiuçar as coisas que ele transportava.!!! Acho que de alguma forma eles quiseram provocar, aquele tipo de afronta que só se faz com quem em tese pode mais do que você, do tipo “É tiozão vai viajar de moto é?! Se a gente não achar nenhum bazeadinho aqui, pelo menos vamos revirar tanto as tuas coisas que tu nunca mais vai achar uma cueca limpa!”












Alguns quilômetros adiante, com o olhar no retrovisor, constatamos que os demais integrantes não apareciam em nosso campo de visão – O que teria acontecido?!?! Não se esqueçam que estamos sempre a alguns quilômetros à frente dos demais – Cumprindo a missão divina já mencionada anteriormente!!! Alguém, (eu não sei quem, porque soubesse eu matava) disse pro meu querido marido que ele era “Super- Homem”, e o pior de tudo: ELE ACREDITOU! Fardo meu, das três uma: Ou eu conto pra ele que na verdade ele é um vovô normal de 60(s) anos, ou eu arrumo uma criptonita daquelas, pra mostrar pra ele, que ele tem pontos fracos, ou a melhor das opções eu amarro a FDP da pessoa que contou pra ele essa baboseira toda e faço dela minha escrava pra sempre! Ainda, assim seria pouco, pobre marido, levou a história tão ao pé da letra que tenho certeza que qualquer dia desses vou pega-lo pulando do telhado na certeza de que vai voar. Lembre-te: Comprar uma cama elástica fingindo que é pros meus netos, todo mundo mundo vai sair feliz, e eu vou ficar bemmm mais tranquila.
Esperamos na beira da estrada e NADA.... Decidimos voltar e averiguar os fatos? O pedal de apoio da Harley soltou uma mola e ficou arrastando do asfalto obrigando o Abdielzinho a parar no acostamento. Rapidamente o problema foi solucionado tendo como mentor o Super Abdiel pai!!
Voltamos à estrada e finalmente, já no final da tarde chegamos ao nosso destino!! Amanhã continuamos nossa aventura, Pretendemos dormir em Porto Maldonado – Peru, antes, porém, vamos a Cobijas – Bolívia comprar umas bugigangas!! Boa noite!!





2 comentários:

  1. Caros Amélia e Abdiel, enquanto leio à respeito do início de tão agitada aventura, preparo aquela galinha caipira (com pirão escaldante, é claro)e lembrando muito dos nossos encontros, me dividindo entre ler e mexer a panela. Ainda não foi desta vez que iremos dividir o palco da viagem, mas como de vez enquanto me permito ser mais otimista do realista, creio piamente que este momento chegará. Por enquanto, resta-me deliciar e curtir, à dsitância, mais uma grande aventura. Aguardo com muita curiosidade os relatos, no minímo pitoresco da "grande viagem". Aproveitem. Beijos pra vocês.

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  2. Gosto de acompanhar as andanças de voces, ver as fotos, saber de detalhes interessantes, sem contar que é divertido ler teu diário de viagem.
    Deca

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