quinta-feira, 23 de julho de 2009

Por fim... Adeus! E o meu muito obrigada! ;)

Muito bom dia, caros integrantes e leitores do Rondônia Road felizmente, ou infelizmente hoje é a ultima vez que vocês me terão como bloguista e redatora fiel aos acontecimentos dessa viagem maravilhosa, afinal esse é o ultimo post referente à mesma. Como vocês puderam ver no post anterior nós estávamos rumo a rodovia InterOceànica que liga o Peru ao Brasil, sendo exatamente isso o que nós fizemos. Arrumamos as malas e fomos até o ponto que deveria ser o nosso destino Puerto Maldonado. Tudo o que nós sabíamos sobre essa estrada não passava de especulação, o famoso “diz-que-me-disse” e não havia outra forma de constatar qual era o estado da estrada a não ser que nós mesmos verificássemos. Nos primeiros 100km iniciais da saída de Cuzco até Puerto Maldonado, ainda tem asfalto, por sinal muito bom, pois tinha sido recém feito. A paisagem é de tirar o fôlego, uma mescla de montanhas suntuosas com vales sonhados e que na minha memória vai ficar p/ sempre como o papel de parede ideal pra qualquer momento da minha vida!
Pouco mais de 100km depois do inicio da estrada começam os desvios (estradas de terra paralelas a estrada principal que está sendo construída.), começando da mesma forma o nosso sufoco (mais do Jair do que de qualquer um!), afinal, com a moto em cima da carretinha a velocidade máxima que nós poderíamos empregar no carro dali p/ frente seria em média 20 à 40km/h. Eu nem preciso dizer, pois para aqueles que me conhecem isso não é lá uma grande novidade, mas por mais que eu me esforçasse, uma hora ou outra os meus olhos fechavam sem eu querer! Mas, entre olhos fechados e abertos eu pude ver centenas de coisas magníficas, como por exemplo: A construção 24 horas por dia de um asfalto que está sendo feito pra durar, com uma qualidade que eu não tinha visto em nenhum outro lugar, muito menos aqui em Rondônia, é claro, afinal os asfaltos aqui são da grossura de folhas de papel e lá, os asfaltos são da largura de um exemplar de Dom Quixote ilustrado! Além, claro de mini-cidades feitas entre a mata nativa e a floresta amazônica que abrigam o contingente de trabalhadores que não param nenhuma hora do dia p/ que essa rodovia (que, diga-se de passagem, vai ser uma rodovia magnífica!) fique pronta ainda no final desse ano, mas diz o Jair que o trabalho é muito grande e que dificilmente eles conseguirão, talvez só lá pro meio do ano que vem. Como eu não entendo muito dessas coisas achei melhor nem concordar e nem discordar! =)
Na hora do almoço nós comemos os sanduíches que eu tinha feito na noite anterior, sanduíches de Atum. Por favor, nunca mais eu quero nem ouvir falar de sanduíche de Atum, foi sanduíche de atum no almoço, no lanche, no jantar, na ceia e no lanche da madrugada! O Jair disse que por ele, daqui a seis meses, ele volta a comer atum, eu não como mais atum nem por decreto! =P
Acho que deve ter sido uma viagem bem incomoda pro Abdiel, com aquela perna engessada encontrar uma posição confortável, deve ter sido uma tarefa um tanto quanto difícil!
Foi uma viagem bemmmm longa, na qual o Jair dirigiu sem parar, por cerca de 21horas e na qual nós três - Abdiel, Amélia e eu, nos revezamos ao extremo p/ ficarmos acordados e fazer companhia p/ ele. Foi desse jeito que nós vimos à paisagem mudar drasticamente da mata nativa peruana para floresta amazônica, ainda dentro do Peru. Atravessamos dois rios que cobriram até a metade a Hillux e quase afogaram a HD e chegamos em Puerto Maldonado às 5:00 da manhã loucos por um banho, comida e cama.
Mas, como vocês sabem, pra nós nada é muito simples nós chegamos ao primeiro hotel somente p/ descobrir que a única vaga que tinha pro Abdiel era no segundo andar e o hotel não tinha elevador. Fomos então, para o segundo hotel (no qual p/ conseguir chegar nós nos perdemos 2 vezes) somente p/ poder descobrir que as vagas que tinham só teriam até as 9hras da manhã e eram 5:45, além do preço ser exorbitante sem desconto nenhum, mesmo que por menos de 5hras. Um verdadeiro absurdo!Quando nós conseguimos encontrar o terceiro hotel já era 6:15 e a dona disse que nós teríamos quartos p/ dormir somente a partir das 7:30 da manhã, ou seja, lá estávamos nós no meio da rua morrendo de fome e de sono, quando o Abdiel teve uma idéia, dessa vez não tão brilhante, de irmos comer no mercado central. Acreditem, naquelas circunstancias até sanduíche de atum eu preferia ter comido! De volta ao hotel, a dona ainda não tinha conseguido desocupar e limpar os quartos a tempo de modo que nós não tivemos outra alternativa a não ser sentar no saguão e esperar. E o Jair coitado, foi lavar o carro e a moto p/ conseguir ficar acordado enquanto nós esperávamos os quartos desocuparem. Logo depois da nossa chegada, o quarto do Abdiel e da Amélia ficou vago, eu me encolhi num cantinho da cama deles e desmaiei, somente depois das nove um quarto pode ser desocupado p/ mim e o Jair coitado que passou mais de 24hras acordado pode dormir somente às 11hras da manhã daquele dia. Pensem num cansaço! Nós, Abdiel, Amélia e Anie ainda conseguimos almoçar naquele dia, já o sono do Jair impediu e de comer por mais que eu espancasse a porta do quarto dele!
Pra completar o meu desespero, o almoço de todo mundo chegou e o meu não! Que raiva viu?! O El Califa, apesar de gostoso é uma enrrolação só!
Mais tarde eu até que consegui levar o Jair p/ comer alguma coisa, mesmo que o Abdiel quisesse que eu levasse o pobre do menino p/ comer paca! Só meu pai mesmo! xD
Depois de devidamente descansados, nós saímos p/ jantar num restaurante chamado “Carne Braba”, pensem num restaurante bom?! Uma delicia mesmo!Tocava umas musicas maravilhosas e tinha uma comida divina. Vale a pena conhecer!
Ah, a propósito, só pra vocês saberem, o tempo todo nós andamos naqueles triciclos típicos do Peru e da Bolívia. Uma verdadeira graça ver o Abdiel entrando naquela parada com a perna engessada! Rrsrsrsrsrsrsr! Talvez eu tenha só um pouquinho de humor negro! =P
No dia seguinte nós arrumamos as malas e partimos para Rio Branco, cada vez mais perto de casa o fim da nossa viagem estava cada vez mais próximo... Chegamos por volta de cinco da tarde, uma viagem tranqüila e sem grandes acontecimentos a não ser a claro a nossa felicidade em chegar em Brasiléia e poder enfim, comer comida brasileira, a boa e sempre desejada picanha com farofa! Sim, vocês leram certinho é FAROFA! Isso foi um acontecimento muito, mas muito feliz mesmo! Depois de devidamente banhados e descansados nós fomos jantar com o Leandro (marido da Andiara e meu cunhado.) num restaurante japonês super bonito! Foi uma noite divertida, com muitas historias e risos... Quis muitíssimo ter a minha irmã também naquela noite a ansiedade pra ver o tamanho da barriga dela era imensa(ela está grávida de 8meses da neta e da sobrinha mais amada desse mundo!), felizmente logo,logo nós estaríamos em casa e isso seria possível! E foi exatamente isso o que aconteceu, às 4hras da tarde do dia seguinte nós estávamos entrando pelo portão de casa e encerrando a nossa viagem pela América Latina! O que eu posso dizer?!Tudo o que eu posso dizer é isso: “Vou sentir saudades!” De quê?! “De TUDO! De poder ver meus pais todos os dias, de brigar com Jair todos os dias, de poder ver lugares maravilhosos e mais que tudo... Vou sentir saudades de acordar todos os dias num lugar diferente! Acho que isso não é um privilegio meu, mas mesmo assim é isso o que eu sinto!”

“Vai chegar um dia que não irei mais agüentar a saudade, e ela transbordará pelos meus olhos. Pense que isso não são lágrimas de tristeza, mas também tampouco de alegria. É incrível como pude viver sem te ter por mais de semanas, sendo que hoje uns dias voltam a me sufocar. Saudade é uma dor inexplicável, parece que o tempo pára. E não há distração que o faça passar. Não sei o que faço com meus dias que parecessem ser tão compridos, nem como cessar os meus pensamentos quando a noite chega. É como estar sozinha, sem estar. É como se um vazio encontrasse meu peito e fizesse o doer intensamente até eu esquecer. Mas dão alguns poucos minutos e volta, até a próxima esquecida. Saudade é parecer que o mundo vai acabar, e de repente perceber que não é tão grave assim. Saudade é ser dramática aos montes e de repente se auto-confortar sabendo que logo vai passar, tão logo como irá sempre voltar.”

Laura Meyer

Ps1: Aos meus pais, Abdiel e Amélia o meu, muito obrigada por essa oportunidade única, é maravilhoso poder saber que quando eu mais precisei na vida eu tive vocês pra me levarem por essa aventura incrível! Eu os amo demais e essa é sempre vai ser a minha maior certeza! E o segundo em que eu não tiver vocês ao meu lado todos os dias, acreditem o coração vai se comprimir e chorar o tempo todo! A verdade é que não existe nada no mundo do qual eu me orgulhe mais do que de ser filha de vocês dois!

Ps2: Aos integrantes do Rondônia Road saibam, o meu carinho por vocês é e sempre será o mesmo! Cada um de vocês tem um pedaço de mim e uma história comigo, algo assim jamais pode ser esquecido! Um enorme beijo em cada um de vocês que me marcaram de forma tão única e especial!

Ps3: É já que eu não tenho opção eu vou falar dele sim... Jair seu mala... Obrigada, por ter sido meu amigo todos os dias, mesmo nos dias ruins, por ter agüentado as minhas crises emocionais e de falta de paciência, por ter rido das mesmas piadas todas às vezes que as mesmas eram contadas (a piada do centro ta no topo da lista! =P), pelas guerras de protetor solar, neve, travesseiros e afins. Você é um amigo único! Mas convenhamos... Vc é um MALA! Ei...

Parceiro é parceiro! ;* Sentirei saudades...(mentira! Eu to sendo legal! =P)

Ps4: E finalmente, eu vou sentir saudade de vocês meus fiéis leitores... Mesmo daqueles que nunca comentaram, mas sempre se divertiram às nossas custas!

Aqueles que nos acompanharam por todo esse tempo... Beijossss!

terça-feira, 21 de julho de 2009

O COMEÇO DO FIM - II ETAPA


Muito bom dia, caros integrantes e leitores, conforme combinado estou aqui para relatar os últimos dias que antecederem ao nosso retorno a Porto Velho. Como vocês já sabem, estávamos em Puno, onde descansamos e nos preparamos para nossa nova jornada. No dia seguinte partimos rumo a Cuzco e tivemos de passar por uma cidade chamada Juliaca (há uns 150km de Puno), foi então que iniciou o começo do fim... Parece confuso?! Então eu vou explicar. Quando nós chegamos em Juliaca nós tivemos que passar por uns 5km de feira livre no meio da rua, a moto como sempre passou numa boa, o problema mesmo foi o carro com a carretinha (vulgo dengosa). Vocês sabem aquela confusão que rola na Índia?! Pois é no Peru não é muito diferente, em dia de feira você vê de tudo, pessoas em todos os lugares, carros, vans, motos, triciclos , lhamas, alpacas, bicicletas, de tudo mesmo e em todos os lugares, numa profusão de cores e barulhos que quase te deixam louco! E foi exatamente nessa feira que nós ficamos presos (eu e o Jair), no começo pela dificuldade em passar pelas ruas apinhadas e depois porque uma moto ficou presa na parte traseira da carretinha o que obrigou o Jair a descer naquele transito louco e levantar em meio ao nervosismo a carretinha no braço, enquanto um monte de peruanos riam e se divertiam as nossas custas... Não foi uma cena muito legal de se presenciar, acreditem!
Passado o stress nós finalmente conseguimos atravessar a feira, saindo de Juliaca rumo a Cuzco. Não eram nem dez horas da manhã e o nervosismo da feira tinha sido tão grande que eu quis muitíssimo chegar em Cuzco, para que aquele dia acabasse logo, mal sabia eu que demoraria horas a fio para que isso pudesse acontecer. Há cerca de uns 12km de Juliaca a pista principal havia sido interrompida e nós teríamos que passar lateralmente por uma pista secundária de terra, foi quando começou a minha primeira dor de cabeça, afinal a Amélia tem problema de coluna e a trepidação ocasionada pela estrada de terra poderia lhe fazer um mal terrível, tanto que o Jair tava pra me defenestrar (jogar pela janela) de tanto que eu repetia: “Abdiel, cuidado com a Amélia ela é a única mãe que eu tenho!” Foi assim que a menos de 100m do fim da pista de terra o Abdiel, a Amélia e a HD entraram em um areião intransponível, sendo assim, claro, vi os meus pais rabiarem cinco vezes com a HD antes de irem parar direto no chão. Acho que dá imaginar o meu desespero né?! A Amélia levantou bem rapidinho, mas o Abdiel... Ele não levantou não, e o Jair não conseguiu parar o carro antes de eu abrir a porta, tal era a minha apreensão! Nunca senti tanto medo na vida! Quando nós corremos em direção a eles e conseguimos levantar a moto de cima do Abdiel veio a conclusão: A viagem acabou, pois com certeza algo de bem grave aconteceu com o pé do Abdiel! A Amélia disse que tinha visto o pé dele virar completamente e o meu medo aquela hora foi que ele tivesse tido uma fratura exposta ou algo pior que fizesse com que ele nunca mais andasse de moto novamente! Rapidamente nós deixamos a carretinha e a moto, ainda separadas, ao encargo de um dos homens que tomava conta das construções na pista e que nos avisou que só poderia olhar a moto e a carreta pelo prazo máximo de uma hora, pois era domingo e depois de meio dia as construções na pista acabariam e ele teria de ir embora. De modo que o Jair e eu não tivemos opção a não ser deixar o Abdiel e Amélia no hospital de Juliaca e voltarmos pra buscar a moto e carretinha, claro que não sem antes ter certeza que não existia fratura exposta nenhuma no Abdiel, mas ainda sem certeza nenhuma do que é tinha acontecido. O nervosismo tinha sido tão grande que nós não percebemos o quão longe nós estávamos do inicio das construções na pista até o fim, de forma que o stress que começou dentro do carro passou então a ser outro e o primeiro que me veio a mente foi: “Meu Deus, além de estar com a perna ferrada ainda roubaram a moto do Abdiel!” Mas, vocês sabem como Deus é perfeito não é mesmo?! Novamente ele nós enviou um anjo na forma de um dos homens que trabalhavam na rodovia, que dentre todos que afirmavam nunca ter visto uma moto parecida, este afirmou que tinha sim, visto uma moto e que nos levaria exatamente pra onde ela estava, além de, durante todo o percurso, enviar mensagens pelo rádio pra se certificar do ponto exato onde a moto se encontrava. Lá, depois de finalmente encontrar a moto e a carreta, nós colocamos (com ajuda desse cara e do outro que tinha ficado olhando a moto p/ nós) a HD em cima da dengosa, da forma mais segura possível e tentamos sem grande convicção voltar o mais rápido possível pro hospital. O que aconteceu foi que nós tivemos que passar no caminho de volta por aquela mesma estrada de terra lateral e descobrimos que a HD em cima da carretinha, numa estrada de terra, pulava mais que uma cabrita! Portanto, mesmo com toda a ânsia que podia existir em nós pra sabermos como é que o Abdiel estava, nós tivemos que retornar a uma velocidade de cerca de 20Km e/ou no máximo 40km/h. Pra mim, que estava um tanto quanto exaltada, foi uma barra difícil de agüentar! Mas, finalmente e felizmente nós pudemos chegar no hospital cerca de 1:30 da tarde e descobrir que dos males o que tinha acontecido com o Abdiel tinha sido o menor, afinal em meio a tantas coisas horríveis que poderiam ter acontecido, ele fissurou o tornozelo em dois pontos diferentes e onde ele tinha uma fratura calcificada de um acidente de carro, anterior a queda na moto, ele tinha arranjado um bom machucado! Mas afora isso, estava tudo bem e nós pudemos respirar aliviados, na certeza que estava na hora de nós voltarmos pra casa. Sendo assim nós só tínhamos uma alternativa: Seguir para Cuzco e de lá pegar a rodovia Interoceánica que ainda estava em construção. Idéia que ainda tinha que ser alimentada e planejada, de modo que nós seguimos para Cuzco pra que de lá pudéssemos decidir alguma coisa. Chegamos na cidade por cerca de 9:00 da noite, já sabendo que teríamos de deixar moto e carretinha no começo ou do lado de fora da cidade, pois as ruas de Cuzco são muito estreitas, além de ser quase impossível arranjar um estacionamento dentro da cidade, mais um tormento, pois nós tivemos que pegar um táxi que nos levou a três garagens diferentes até encontrar uma que não estivesse lotada. Até aí tudo bem, nós entramos dentro da cidade e fomos procurar um hotel p/ ficar. Quando nós chegamos no primeiro hotel e soubemos que ele estava lotado a tensão do dia inteiro, acumulada ao cansaço e ao sentimento de sujeira (eu tava coberta de graxa por ter ajudado o Jair a por a moto em cima da carreta!) me fez chorar feito um bebê, fazendo com que eu me sentisse ainda pior! Na terceira tentativa nós conseguimos encontrar um hotel chamado “La Residência Del Sol” que tinha vagas, além de uma dona que nos tratou com a maior das delicadezas e afabilidade. Acho que se o meu pulmão pudesse, teria saído ali mesmo, tão grande foi o suspiro de alivio que eu dei! Pelo o que eu pude notar de Cuzco, naquela noite, existem infinitas atrações turísticas, pois da mesma forma que San Pedro do Atacama a cidade fervilha de turistas de todas a s partes do mundo, sendo considerada uma das quatro cidades mais visitadas em todo o mundo! Incrível, uma coisa de louco mesmo! Pena que nós não tivemos a oportunidade de conhecer esse lugar, aparentemente tão bonito, teremos de ir lá novamente p/ conhecer tanto Cuzco quanto Machu Pichu, afinal naquelas circunstâncias em que o Abdiel se encontrava seria impossível querer conhecer qualquer outra coisa e nós tínhamos que planejar detalhadamente o nosso retorno. O dia seguinte foi de muito planejamento e resolução de problemas, pois a estimativa era de 17 horas de viagem até Puerto Maldonado, cidade ainda dentro do Peru, mas que liga o Peru até Rio Branco no Acre. O problema maior, é que 17 horas era para carros normais, mas nós tínhamos que arrastar uma carretinha com uma moto em cima, o que transformaria a nossa viagem em uma verdadeira jornada de volta p/ casa! Naquele dia o Abdiel e Amélia foram ao hospital e eu o Jair, fomos atrás de uma transportadora que pudesse levar a moto e a carretinha até Puerto Maldonado. Quando nós voltamos a perna do Abdiel estava completamente engessada e nós não tínhamos encontrado lugar nenhum onde a carretinha coubesse, tornando-se assim uma tarefa que tinha de ser feita por nós mesmos, sem grandes alternativas, eu e o Jair saímos p/ comprar travesseiros e comida. Graças amabilidade da dona do hotel, nós usamos a cozinha dela para fazer sanduíches que deveriam ser comidos para que nós não tivéssemos que parar para comer no caminho. Nunca mais eu como sanduíche de atum, isso é fato! Amanhã eu conto p/ vocês como foi a viagem de volta para casa e o que nós tivemos que enfrentar até chegar ao nosso destino
Aqueles que nos acompanham mesmo depois de tanto tempo... Beijos!

O começo do fim as margens do Lago Titicaca! =)







Muito bom dia, caros integrantes e leitores (de fato já não assíduos, afinal depois de tanto tempo...) e com imenso prazer que eu venho aqui hoje trazer o desfecho da nossa GRANDE aventura a vocês, mas antes deixe-me contar tudo quanto nos aconteceu até agora. Apesar do tempo acho que vocês se lembram que na última postagem nós estávamos em Tacna e que de lá nós seguiríamos viagem até Puno, pois é, mas vocês conhecem aquela poesia que diz que no meio do caminho tinha uma pedra?! Então, no meio do nosso caminho e mais ou menos perto das seis da tarde (o que já muitoooo escuro no Peru) tinha cidadezinha chamada Desaguadero que na melhor das hipóteses lembrava muito uma favela, e na pior é melhor nem falar... Lá esta va acontecendo uma feira, ou seja todas as ruas estavam lotadas de pessoas, todas claro, tipicamente peruanas com saias e chapéus no melhor estilo “oi, eu sou nativo!”, até aí tudo bem, afinal nós só queríamos um lugar pra dormir e enquanto o Abdiel e o Jair procuravam eu e a Amélia ficamos na praça tomando conta da moto. Pra quê né?! De repente começou a surgir gente de tudo quanto canto, homens, mulheres, crianças, adolescentes, nós simplesmente viramos a maior atração da praça principal e definitivamente não sabíamos direito como agir, não tinha de forma alguma como ser hostil, afinal se você é tratado com hostilidade é com hostilidade que você responde, então nós ficamos na nossa, somente respondendo as perguntas que nos eram dirigidas, foi quando o susto passou e nós conseguimos perceber que muito mais que maldade ou qualquer coisa do gênero o que eles tinham era muita curiosidade e aí nós conseguimos relaxar. Quando o Abdiel voltou , ele me puxou e me levou pra ver todos o hotéis que tinham na cidade (que não passava de três). Na hora em que eu entrei no primeiro hotel, a primeira coisa que eu pensei foi ”Agora eu sei porque foi que nós trouxemos sacos-de-dormir!” Pensem numa espelunca?! Horrível, mas se não tinha outro jeito, era bem melhor que dormir no tempo ou no carro. Vamos encarar, foi o que eu pensei! Felizmente no terceiro hotel que nós entramos tinha colchões e lençóis limpos, além de água quente no chuveiro, nossaaaaa, o alivio foi geral, apesar de pequeno e apertadinho o lugar era decente e ainda tinha garagem. Apesar do susto inicial nós conseguimos ficar muito bem instalados, quando surgiu um outro dilema, “O que nós vamos comer nesse lugar?”. Foi quando o Abdiel teve a genial idéia de pedir a comida da casa do dono do hotel, teve a idéia e pediu mesmo! Acho que o cara ficou meio espantado conosco, mas trouxe a comida ainda na panela pro nosso quarto, na maior das boas intenções nos serviu com os pratos da casa dele enquanto nós nos esforçávamos ao máximo para permanecer quentes (fazia menos dez graus do lado de fora! Bendito mini-aquecedor!) debaixo das cobertas. Naquele dia nós comemos na cama e não demoramos muito a dormir na ânsia de poder chegar em Puno no dia seguinte. O que eu mais pensei antes de dormir naquela noite foi no quanto a gente se engana com as coisas, situações e pessoas. Naquele lugar no meio do nada e de péssima aparência nós fomos mais bem tratados do que em muito lugar onde o dinheiro impera. Tenho tido a impressão cada vez mais constante que o mal das pessoas é ou subestimar ou superestimar, em qualquer das situações acreditem vocês podem se surpreender!
No dia seguinte nós seguimos viagem rumo a Puno, uma das maiores cidades do Peru as margens do Lago Titicaca, caminho para Cuzco e uma cidade cheia de bons restaurantes, bons hotéis, além claro, cheiaaa de turistas! Lá nós ficamos num hotel chamado Sol Plaza Hotel, um hotel super bom, com um dono super atencioso que no dia seguinte nos levou até a saída da cidade pr a que nós não tivéssemos que pagar um táxi. Foi um dia definitivamente p/ descanso! Pensem numa felicidade!
Na proxima postagem eu termino de contar o resto da historia...
Aqueles que nos acompanham...Beijos!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

RETIDOS EM TACNA PELO PARO DE TRANSPORTE PERUANO



Caros leitores e integrantes do Rondônia Road

Hoje tomei a liberdade (Amélia) de fazer esta postagem e dar uma folga para a Anie. É claro que nossos estilos são bem diferentes, mas, espero atender a expectativas de vocês que carinhosamente nos acompanham.
É inegável o quão excitante tem sido esta aventura. É algo inexplicável e por mais que tentemos reproduzir as sensações nas imagens que tentamos capturar em nossas câmeras, elas sempre estarão aquém da realidade.
Saimos de Iquique dia 06/07 rumo ao Peru. Passamos apenas dois dias em Iquique, cidade que surge repentinamente à nossa frente depois de horas viajando no deserto. É uma cidade encantadora, localizada no extremo norte do Chile, a 1.843Km de Santiago, antigo porto mineiro e produtora de salitre no século passado. Algo chamou nossa atenção e nos assustou sobremaneira, foram os avisos espalhados por toda a cidade informando que, em caso de tsunami a rota de escape era para o sopé da montanha (cruzes!!!!). A cidade foi edificada entre o oceano pacífico e a Cordilheira dos Andes, numa estreita faixa de gaza (rsrsrsrs).
O percurso que fizemos de Iquique à fronteira com o Peru é simplesmente incrível. As montanhas da Cordilheira dos Andes nos acompanhou o tempo todo. Perto dela nos sentimos como uma formiguinha diante da sua magnitude. Nos vales que se formam entre as montanhas vivem populações que sobrevivem da agricultura em um contraste com a árides do deserto. Essas paisagens nos faz lembrar a história do antigo Egito, mais especificamente a Mesopotâmia (rsrsrs).
Finalmente chegados na Aduana dos dois paises. No Chile, como era a saida, o tramite foi mais rápido, porém, no Peru tivemos que suportar 2horas de pura burocracia. Decidimos que dormiriamos em Tacna, mais uma cidade fincada no deserto, de aproximadamente 400 mil habitantes, agora no extremo Sul do Peru.
Durante todo o trajeto que nos separava da chegada à cidade, pedi tanto a Deus que nos mandasse um anjo que facilitasse a nossa chegada, porque nosso maior problema tem sido as chegadas nas cidades, principalmente arrastando aquele trailer, mas largo que a Hillux , mas que possibilitaria apoiar as três motos que possivelmente iriam compor a trupe.
Qual foi a nossa surpresa??? Logo na chegada ao perguntar a uma "senhorita" onde era possivel encontrar um Hotel e de preferência que tivesse uma garagem, ela simplesmente se colocou a nossa disposição - nos levou ao Banco Automático, à garagem e finalmente ao Hotel. Tem coisas que, sinceramente, não tem preço: Estamos eternamente agradecidos a ela. O nome dela é Cláudia e hoje vamos sair para jantar com ela.
Quando chegamos na fronteira fomos informados que haveria um "Paro" - Greve em todo o Peru promovido pelos motoristas e cobradores que exigiam melhores condições de trabalho. Fomos obrigados a ficar em Tacna 03 dias, até que as pistas fossem desobstruidas pelos grevistas. Coincidentemente, eu adoeci - arrumei uma infecção intestinal violenta e fiquei de cama. Acho que comi um tal de "Ceviche" comida tipica Peruana que consiste em frutos do mar temperado com limão e aji (pimenta - muito picante) que arrebentou o meu figado, estomago e, principalmente, intestino.
Amanhã pela manhã estaremos novamente na Ruta rumo a Puno, cidade que fica a 500Km de Tacna, à 3.800m de altitude, ou seja, lá vem frio novamente. Dali partiremos para Cuzco, onde pretendemos ficar uns 4 dias visitando os sítios arqueológicos da cultura Inca. Depois postaremos as imagens que pudermos produzir.
Hoje para nós o dia ficou mais triste. O meu filhote (Bidinho) infelizmente não virá mais se juntar ao grupo. Houve um desencontro de dias e ele acabou perdendo o vôo que sairia hoje de Brasília e a proxima vaga só ocorreria dia 17/07, o que não permitiria que ele ficasse mais do que 5 dias conosco. O nosso pequeno grupo ainda sofrerá outra baixa dia 15/07 quando o Jair voltará a Porto Velho saindo de Cuzco. Dia 25/07 será a vez da nossa bloguista oficial que deverá ir diretamente para Brasília onde irá iniciar seus estudos que começará dia 27/07. Ficaremos, então, somente eu e o Abdiel, até completarmos o percurso previsto anteriormente.
Àqueles que nos acompanham... beijos !!!!!!


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Valle da Lunna, Geiser's e outras histórias de uma trupe de aventureiros! =)


Muito boa noite caros leitores e integrantes do Rondonia Road, como sempre eu ando meio atrasada nas minhas postagens não é mesmo?! Mas, aqui vou na minha narrativa em prol de um registro que serve mais para que tudo o que nós vivemos fique impregnado em páginas que não se perderiam nem com o passar dos anos, afinal pelo visto o número dos nossos acompanhantes e fãs diminuiu em pelo menos 50%. O que é uma pena, mas acreditem ou não nossa viagem continua maravilhosa! xD
O meu relato começa há dois dias quando nós saimos de Antofagasta rumo a San Pedro do Atacama, atravessando um deserto em que a oscilação entre calor e frio é imensaaaaa!
Chegamos em San Pedro mais ou menos no horário do almoço e nos hospedamos em um hotel chamado Chiloé, cuja as acomodações são pequenas,agradáveis, limpas e super aconchegantes. O hotel em que nós ficamos, além de hotel é também um restaurante onde a comida é boa e acreditem barata. Nós comemos um prato típico chileno de entrada chamado Cazuela de Vacuno(uma sopa com legumes e costela de boi),seguido de um frango com batatas assadas e tomates. Tudo muito simples e super gostoso!
É incrível ver essa cidade tombada pelo patrimônio da humanidade cuja as ruas ainda são todas de terra batida e externamente as paredes das casas são obrigadas a serem todas em sua construção original, ou seja, sal. O número de estrageiros lá dentro é de enlouquecer, com conversas partindo desde o tradicional inglês e espanhol, até os excêntricos alemão e polonês.
Naquele dia nós fomos rumo ao Valle de La Lunna um lugar famoso por sua formação parecida com a superfície lunar, devido as distintas estratificações e afloramentos salinos ocasionados por agentes naturais. Já lá dentro é possível ver o Valle de La Muerte, Os Los Vigilantes Tres Marias, as Minas de Sal, o Anfiteatro e o Sendero Duna Mayor, todos obras de uma natureza incrivel, que mesmo em palavras e fotos é impossível dimensionar.Vale ressaltar que como todo deserto natural já foi mar um dia, o Valle de La Lunna não é uma excessão, sendo incluido na minha opinião num dos lugares mais bonitos e encantadores que eu já pude ver.É de tirar o fôlego, literalmente, afinal você tem de passar por subida enorme p/ poder chegar ao topo.Cansa um bocado acreditem, mas é uma experiencia fora desse mundo, afinal ao chegar ao topo de um lado, você pode ver o sol e de outro, a lua.E em meio a tantas crateras a única certeza que se pode ter é que isso é uma experiencia p/ lá de surreal.De oeste a leste o Valle de La Lunna, reconhece um relevo elevado chamado Cordilheira de Domeyco, cuja maior altitude é o cerro Quimal de 4.278m. Seguido de uma cordilheira de sal(um setor baixo), conhecido como depressão pré-andina, na qual se localiza o grande Solar do Atacama, finalmente surgindo a Cordilheira dos Andes, constituida por uma meseta, conhecida como Altiplano e uma cadeia de vulcões: Aguas Calientes, Lascar e Acamarachi.
Como eu já havia dito, mesmo com todas as fotos e informações que eu puder colocar, me é impossível dimensionar a gradiosidade de tal dádiva da natureza, fica aqui então o meu esforço na tentativa (um tanto quanto vã...) de fazerem vocês verem e entenderem o lugar pelo qual nós passamos.Mas, acreditem p/ chegar até aqui valeu cada esforço e cada centavo!
Depois de voltarmos do Valle de La Lunna, fomos direto pro hotel,tomamos banho e demos uma volta pela cidade, que fervilha de gente tanto de dia quanto de noite, que sofre uma descrepância de temperatura que vai desde dezessete graus a menos sete graus num mesmo dia. E ainda assim, a animação e euforia que percorrem aquela cidade são sempre as mesmas! É de impressionar!
Dormimos antes das dez da noite naquele dia,pois no dia seguinte nos iamos conhecer os Geiser Del Tatio, que p/ quem não sabe o que é são fendas abertas diretamente na crosta da terra, por onde sai um vapor d'água fervente, como aquelas do filme "A Era do Gelo", por isso tinhamos que acordar às 3:30 da manhã, pois só era possível chegar lá de van e esta só passava, pontualmente às 4:00horas. Percorremos o caminho até o topo do Cerro Quimal(já mencionado anteriormente e cuja a altura é de 4.278) em cerca de 1:30hra mais ou menos chegando p/ ver os geiser's pontualmente às 6:00 da manhã. É de extrema importancia mencionar que quando nós chegamos lá fazia menos vinte graus centigrados, e em TODA as nossas vidas (eu não vou falar a minha vida porque ela não é ponto de referencia p/ ninguém!) nós nunca sentimos tantooooo frio! Nós andamos por entre os geiser's e podemos com toda certeza dizer"eu vi!" ou "eu fui!", mas a primeira coisa que você perde é a sensibilidade dos dedos dos pés e das mãos. O aperreio foi tão grande que tanto a Amélia quanto eu choramos de frio, sem conseguir conter as lágrimas de desespero(acreditem, o frio desespera mesmo!) e corremos de volta p/ van assim que foi possível, isso sem falar do Jair que estava pálido e branco feito papel, tadinho no café-da-manhã feito em meio aos Geiser's ele comeu uma bolacha de chocolate assassina, que acrescentada ao frio e a altitude(que dá muita falta de ar e tontura), culminou naquilo que ele chama de "revertério"!
Em suma, como diz a célebre frase "Vim, vi e venci!"(é nessa ordem mesmo?!), de fato eu gostei muito mais do Valle de La Luna, mas apesar do frio eu fiquei feliz de saber como foi que o Cid(preguiça da "era do gelo") se sentiu! xD
Só não tive coragem mesmo foi de colocar o biquini e entrar no Geiser que não mata(tipo uma fonte thermal, só que a uns quarenta graus), que ironia não?! Do lado de fora a temperatura completamente negativa e dentro do Geiser aquele tipo de água que faz de nós uma boa canja! =P
Mas, tem doido p/ tudo, eu por exemplo vi um monte de gente entrando naquele "canjão", vi até gente sem roupa por lá, mas eu mesma?! Nem com roupa, nem sem roupa e nem debaixo de porrada! =)
Conheci uns brasileiros gente boa por lá, o Vitor e a Manu, que enfrentaram o frio conosco no numa boa, como se fosse um dia de verão qualquer! Fiquei babando tal disposição! E eles até mudaram de hotel de tanto que nós falamos bem do nosso hotel! Diferentemente do resto das pessoas que nós já conhecemos, dessa vez eles são goianos que mês que vem morarão em Brasília(obaaaaa companhiaaa! xD). Nada contra os paulista viu meu?! Mas que milagre uma outra tribo!
Naquele mesmo dia nós voltamos a San Pedro de Atacama e confesso que a volta me foi bem mais prazerosa, nós comemos empanadas(outro prato típico sul americano, como se fosse um pastel p/ nós) no meio do caminho, além carne de lhama acreditam?! Apesar do gosto meio diferente, é uma carne muito gostosa, vale a pena experimentar! E durante o percurso, nós pudemos ver animais silvetres andando livremente por entre as montanhas, lebres,lhamas e alpacas. Não me perguntem a diferença entre uma lhama e uma alpaca que eu não tenho a menor idéia, eu achei que soubesse, mas defitivamente eu não sei! o.Ó
O mais engraçado mesmo foi a Amélia dizendo: "Aí minha filha, não chega muito perto desse bicho que ele cospe!" To pensando até agora isso era mesmo verdade!Rsrsrsrsrsrs!
Já em San Pedro de Atacama, nós juntamos as nossas tralhas e pegamos estrada novamente, dessa vez rumo a Tocopilla, cidadezinha que mal consta no mapa, mas onde nós felizmente encontramos hospedagem e pudemos dormir.
Novamente na estrada essa manhã nós puxamos rumo a cidade de Iquique, última fronteira do Chile, que de agora em diante tende a ficar p/ trás, afinal até amanhã nós pretendemos chegar no Peru, na cidade de Tanac, de onde devemos partir para a cidade de Arequipa, cidade também tombada pelo patrimônio da humanidade e de onde eu provavelmente deva postar novas notícias,afinal até lá eu já terei lugares e novidades quentinhas esperando para serem contadas!

Ps1: A estrada de San Pedro do Atacama até Iquique é maravilhosaaaaaaaaaa, um verdadeiro tapete junto ao Oceano Pacífico, de uma beleza tão extraordinária que a HD do Abdiel faltou suspirar e resfolegar! xD

Ps2: Éverson e Chris, o meu MUITO obrigada a vocês por terem deixado o aquecedor de vocês conosco, foi ele que salvou as nossas vidas nesses últimos dias e principalmente em San Pedro do Atacama onde um hospedagem ruim com aquecedor pode se tornar uma fortuna!Valeu mesmooooo!

Ps3: Eu era a única que não sabia que o cheiro do mar é assim tão bom?!

Aqueles que nos acompanham...Beijos!

sábado, 4 de julho de 2009

Muito boa noite caros integrantes e leitores do Rondonia Road, apesar de infelizmente nós termos tido que ir embora de Valle Nevado e com grande prazer que eu relato a vocês a continuidade da nossa aventura que começou ontem como eu já tinha dito na forma de uma estrada interrompida. Nos atrasando um pouquinho no horário de chegar em Santiago e adiando a nossa ida para La Serena, municipio a beira-mar a 450km da capital.
Nós pudemos sair de Valle Nevado por cerca de 3:00 da tarde, percorrendo de volta todo o caminho tortuoso de volta a Santiago, na esperança de pegar a HD do Abdiel ainda aquele dia, afinal a "precious" dele tinha ficado em Santiago para a rotineira troca de pneus e revisão, embora mesmo que ele quizesse fosse impossível ir a Valle Nevado em posse da HD, pois a caminho possui 40 curvas supeeerrrr fechadasss, além claro da quantidade de neve na estrada que moto nenhuma aguentaria passar.Dessa forma nós chegamos a Santiago e fomos direto(com muita ajuda dos estranhos da rua) a concessionária HD autorizada buscar a "precious" do Abdiel, quando de repente surge a super enquete da noite:"Nós soubemos como chegar na concessionária, mas nós saberemos chegar no hótel? Não seria melhor a Amélia pegar um táxi e nós chegarmos seguros no hótel, já que até sem a doida varrida da GPS nós estamos?!"Mass, nãããooooo, a Amélia mais o Jair acharam que eles eram super inteligentes o suficiente pra por a todos nós na porta do hótel e adivinhem vocês o que aconteceu?! Isso mesmo nós nos perdemos! Novidade... Isso acontece tããão pouco conosco, p/ não dizer ao contrário! =PAí lá estavamos nós em meio a lugar nenhum, com a Amélia em pânico dentro do carro dizendo o tempo todo :"Aí meu Deus, a culpa é minha, nós estamos perdidos, o Abdiel tá na moto pegando chuva, ele vai me matarrr!"Quando alguém surge com a idéia genial de fazer o que nós estavamos fazendo desde de o começo da viagem, uma pergunta a um estranho da rua.Amélia: "Como nós fazemos p/ chegar no centro?!"Estranho da rua:"Passa pelo túnel e segue reto toda vida e você vai chegar no centro!"Quinze minutos depois ainda dentro do túnel a Amélia põe a mão na cabeça transtornada:"Aí meu Deus(de novo) e se o centro que a estranho indicou não foi o centro de Santiago?!"Fiquei pensando no porque de ela ter feito essa pergunta tãããõooo atrasada, acho que quando ela fica nervosa ela dá aquele mesmo problema que os computadores cheios de informação, é lag mesmooo!E p/ completar a graça do negócio depois que a aperreio todo passar o Jair ainda me vem com uma tirada digna de mim mesma...Jair: "Fiquei pensando em perguntar se o centro que ela tava procurando era o centro de macumba, afinal que o outro centro podia ser se não o de Santiago?!"Como ela já estava mais calma e nós já tinhamos pego o táxi e chego no hótel sãos e salvos, o ataque de riso foi geral... Rimos até a barriga doer e lágrima e escorrer! Ain, ain agora toda vez que a gente toca no assunto, não tem como nao cair na gargalhada! xD
Quando nós chegamos de fato em Santiago estavamos todos tão cansados que nem saida para restaurante teve, quer dizer isso pro Abdiel e p/ Amélia, porque os "slaves" aqui(Anie e Jair) tiveram que ir pro Bar que salvou a nossa vida desde o primeiro dia em Santiago,(o "Bar Nacional" onde vocês podem encontrar uma comida deliciosa e por um preço relativamente razoável ) e comprar comida pros dois.
No dia seguinte nós acordamos por erro do recepcionista do hótel às 5:30 da manhã e como já estavamos todos acordados não vimos motivo para não seguir viagem, verdade seja dita, um tanto quanto abençoado esse "erro" conseguimos sair de Santiago às 7:00 da manhã rumo a La Serena e ainda fugimos do trânsito infernal daquela cidade. Chegamos em La Serena por volta das 14:00, ainda sem almoçar, alugamos uma cabana de frente pro S. Pacífico. Querem saber quem é?! E o senhor, doutor, super frio e famoso : "Oceano Pacífico" ! Foi assim que o Abdiel me apresentou a ele! xD
Como nos lugares por onde nós temos andado ainda é inverno, em cidades de veraneio é muito barato alugar uma cabana de frente pro mar. De modo que nós fomos almoçar no Shopping e depois fomos fazer compras no supermercado, afinal pela primeira vez nessa viagem eu estava tempo pra cozinhar um pouquinho! Pensem numa felicidade, fazia tanto tempo que eu não sentia o gosto de uma comidinha caseira, quanto mais da minha! E modéstia a parte acho até que eu cozinho legal! =)
Comemos sopa de brócolis, com frango e queijo de cabra. Pode parecer meio estranho, mas tava tããããoooo bom! E eu fiquei simplismente radiante por poder por as mãos em uma cozinha de novo!
No dia seguinte nós saimos super cedo de novo(um dia esse povo ainda me mata, acordar cedo não é comigo!) rumo a cidade de Bahia dos Ingleses, já no começo do deserto, andamos cerca de 400km até descobrirmos que apesar de linda a Bahia dos Ingleses era muitooo cara, e um tanto quanto inviável para os nossos bolsos.
(*Histórinha p/ boi dormir1- Enquanto nós esperavamos a decisão irmos ou não p/ Caldera, o Jair decidiu subir nas pedras p/ ver o mar mais de perto,isso porque a Amélia estava p/ ter um treco de tanto que ela mandava ele descer daquela pedra porque ele podia cair. Conclusão, cair ele não caiu não, mas a maré veio super alta e ele ficou completamente molhado! Bem feito! Teimoso! xD)
Decidimos então seguir viagem até a próxima cidade Caldera, onde pudemos enfim encontrar uma pousada onde descansar para pegar estrada novamente no dia seguinte. Jantamos num restaurante familiar muitooo gostoso chamado"La Bahia". Como lá era um estabelecimento recente, pelas leis chilenas é proibido vender bebidas alcóolicas sem antes receber uma espécie de abaixo-assinado(é com hífen?) da vizinhança, mesmo assim a mulher nos vendeu um savignon blanch em xícaras como se fosse chá! E nós tivemos até que dar uma assopradinha p/ disfarçar! =)
(*Histórinha p/ boi dormir 2- Quando o Jair chegou na pousada que nós ficamos ele perguntou p/ mulher se o estacionamento era coberto. O problema é que em espanhol "cobierto" é a mesma coisa que talher p/ nós. De modo que a pobre da mulher ficou querendo saber se aquela criatura "demente" estava mesmo procurando um estacionamento para a moto feito com um telhado de garfos, facas e colheres! =P)
Enfim, hoje manhã nós saimos de Caldera e viemos rumo a Antofagasta cidade onde tudo é metade deserto, e metade mar. Pra quem se amarra um pouquinho em história, essa cidade tem muitissimo haver com a existencia de PVH, afinal na guerra do Pacífico essa foi a cidade que a Bolívia perdeu para o Chile, ficando então sem saida para o mar e tendo que dessa forma de fazer um acordo com o Brasil, a Bolivia cedia o Acre e o Brasil em troca construia a E.F.M.M para que os produtos bolivianos pudessem chegar no mar. Legal né?! Vir tão longe p/ ver que tudo está interligado, achei isso o máximo!
Pois é meu povo, nós estamos em Antofagasta, felizmente em outro Apart Hotel onde eu pude cozinhar de novo! Criança feliz é outra história! Sobrou comida até pro porteiro DJ do apart! É cada um que você conhece por aí...
Rsrsrsrs!
Amanhã rumo a São Pedro do Atacama, nós estamos entrando cada vez mais dentro do deserto e acreditem, aquele lance do calor extremo de dia e frio intenso de noite não é lenda!
É tudo muito do seu verídico! Ah, e parece que nós vamos conhecer dois tipos de hóteis por lá, um feito todo de sal e outro onde o teto é todo de vidro e você dorme olhando pras estrelas... Deve ser lindo! *_*
Mais informações sobre a nossa aventura e eu conto p/ vocês, mesmo que meio atrasada, mas eu conto! ^_^
Ps1: Jesualdo, não era você que era louco p/ conhecer o deserto do Atacama? Seria muítissimo bom se você e a Laiz ainda pudessem estar aqui! =D
Ps2: Paula, muitissimo obrigada por cuidar da Andy e da Leandra p/ gente, só Deus sabe o quanto tem sido dificil p/ nós não estarmos aí nesse momento! =/
Aqueles que nos acompanham... Beijos!