segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

ENTRE AS ÁGUAS DO PACIFICO E O DESERTO DO ATACAMA



Caminhos do Chile
Como disse a vocês, chegamos a Iquique - Chile no final da tarde, não sem antes percorrer um dos trajetos mais bonitos do percurso. As montanhas Andinas sempre serão um deslumbramento a cada segundo. A imensidão do deserto nos leva a reflexão e a nos sentir pequenos diante da natureza.
Faltando poucos Km para chegar na cidade a moto do Bidinho ficou sem gasolina, mais como somos previdentes tínhamos uma reserva técnica que foi muito bem aproveitada.
Abastecendo a moto
Vocês lembram do dia que aqueles peruanos m.... (carnaval) me jogaram espuma de sabão? Pois é, a lenta da máquina ficou com mancha e eu como sou amadora não percebi e continuei tirando foto e todas saíram com mancha. Acabei comprometendo a qualidade das imagens.
A cidade é linda e fica a beira mar. Assim como da outra vez, chegar em Iquique nos fez sentir como Siri, o bichinho que fica entre o rochedo e o mar. Em toda a cidade há avisos de que ¨Em caso de Tsunami a direção para evacuar é a montanha¨. O problema é que não tem escada, nem elevador e só resta a vocês escalar ou ficar no pé dela e esperar a onda!!! Arrepiante!!!
Os caminhos da aventura
Tirando esse desconforto, a permanência em Iquique foi bem agradável, passeando a beira-mar, levando roupas para lavanderia e indo as compras na Zona Franca, que aqui se chama ZOFRI. É importante dizer que essa empreitada foi um fiasco!! Nada de interessante para comprar e os preços nada atrativos. Valeu pelo passeio.
Enfim, retomamos a estrada rumo a San Pedro do Atacama e atravessamos o deserto que, na maioria do percurso apresentava uma temperatura bem agradável. Optamos em percorrer a costa do pacifico no trecho em que foi possível aproveitar esse visual imperdível, onde o mar e o deserto se abraçam!! (entre Iquique e Tocopilla).
Chegando em Iquique
Vocês acreditam que no percurso para San Pedro decidimos parar num lugar bem aprazível para podermos descansar e esticar as pernas e, como durante toda a nossa viagem, sempre que possível, colocávamos decalque do nosso grupo e nesse dia não foi diferente, de repente, olhando os demais, me deparei com o nosso decalque colocado em 2009 e achamos isso emocionante. Eu não me lembrava de que já havia estado ali!! (Nessa época a composição era – Abdiel, Amélia, Anie e Jair).
Rever é viver duas vezes
Retornamos à estrada e próximo do meio-dia resolvemos parar para almoçar em o Calama, cidade que fica a meio caminho (105 Km) de San Pedro, onde nos surpreendemos com a comida. O Abdiel pediu uma sopa de marinada (frutos do mar) e também um pastel que pensávamos que fosse pequeno – era quase um almoço. Ainda bem que o Abdiel e eu nos comprometemos de sempre compartilhar o nosso almoço e assim reduzir o consumo de calorias. Tem dado certo, estamos mantendo o nosso peso ou quando muito engordando menos.(rs,rs,RS)
O meu líder 
Um mundo de sensações
Antes que eu me esqueça – Até agora, durante toda a nossa viagem, o Haroldo vem treinando como cair e nesse dia não foi diferente e ele só não aterrissa porque sempre tem alguém por perto, ou o Abdiel ou o Bidinho que, por sorte, sempre conseguem evitar a queda, com exceção do inicio da viagem, na fronteira com o Peru, quando ele carregava um monte de garrafas de água e com a queda elas saíram rolando no asfalto.
Ainda de pé e saudoso
Desse jeito a Dona Regina vai acabar nos processando por descuido com o seu marido!!! Justiça seja feita, já estamos criando um afeto especial pela Laura e pela Ana Carolina de tanto que elas são lembradas a cada nova paisagem!!! O cara é realmente apaixonado!!
Um chamego nunca é demais
A ânsia e o desejo de rever San Pedro enfim foi aplacado. Chegamos à cidade onde desfrutamos momentos bem agradáveis e que depois relato a vocês. Não obstante o prazer de rever a querida San Pedro, a excitação maior era ¨Passo Jama¨ que fica a 5.000 de altitude. Explico, já cruzamos a fronteira entre o Chile e a Argentina, em Angustura, quando fomos a Pucón, conhecer o vulcão em atividade chamado Villa Rica, depois, em outras oportunidades, no Túnel do Cristo Redentor que fica entre Mendoza - Argentina e Santiago do Chile.
Beijos a todos.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

DO LAGO TITICACA ÀS ÁGUAS DO PACIFICO

O céu com nuvens espessas

Foram necessários dois dias para que vencessem esse desafio. Saímos de Puno as 13h com a intenção de dormirmos em Tacna já que pelo Google a distancia seria de 379 KM e pelos nossos cálculos chegaríamos ao anoitecer.
Belezas da Natureza
Ai começou o nosso problema, justo na saída. Para não perder tempo o Abdiel fez como de sempre, contratou um tuc-tuc para que o condutor nos mostrasse a saída da cidade em direção a Tacna, cidade que fica na fronteira com o Chile.
Aparentemente isso foi feito e partimos confiantes que cumpriríamos nossa empreitada conforme o programado. No trajeto buscávamos a indicação para Tacna e só encontrávamos para Desaguadero, essa bendita cidade que já havia ficado em nosso subconsciente depois que tivemos que nos hospedar nesse pedaço do fim do mundo há quatro anos quando ficamos sem tempo para prosseguir, já que passavam das 19h e a temperatura estava tão baixa que a água congelava nas torneiras.
Carnaval peruano
Foi uma experiência horrível na época, mas, hoje parecia nos indicar que estávamos no caminho certo. Durante o trajeto pudemos observar que o povo peruano estava em festa e nos disseram que se tratava do carnaval deles. Muito esquisito se comparado ao nosso. Eles se vestem com roupas tradicionais, tocam tambores e dançam no meio do nada, ou seja, no campo aberto. Jogam água uns nos outros e também espuma de sabão que, infelizmente, tivemos o desprazer de provar, não sem antes colocar em risco as nossas vidas.
Quando nos aproximávamos de um desses lugarejos um grupo de rapazes e moças, que estava num lugar mais alto, tipo um morro, se posicionou e começou a nos acertar com uns balões de aniversário (bexiga) cheios de água que bateram em nossos capacetes e nossos corpos com tanta força que, por pouco não fomos ao chão.
Carnaval peruano
Transcorremos alguns quilômetros e, de repente, no meio da rodovia, longe da cidade, havia uma multidão de gente, toda fantasiada, que dançavam no acostamento e no meio do campo de pastagens. Reduzimos a velocidade e quando passamos por eles fomos atingidos com uma quantidade imensa de espuma de sabão que cobriu os nossos capacetes, impedindo a visão. Para eles isso era uma festa!!! Tive vontade de matá-los!! Mas como não queria ficar presa nessa terra de doido, deixei a vontade passar.
Quando, finalmente, ultrapassamos Desaguadero vimos uma placa que indicava a direita Puno e a esquerda Tacna, distante 440 Km. Ficamos pasmos diante disso!!! Só então percebemos que tínhamos tomado a Ruta (carreteira) errada e que rodamos mais de 300Km fazendo uma volta desnecessária.
Começando o deserto
Já passava das 16h e sabíamos que Tacna não seria nosso destino final nesse dia. Optamos então em dormir em Moquequa, a maior cidade encontrada entre esses dois pontos. O que não sabíamos era que teríamos que subir as montanhas até 4.800 MSNM e que estaria chovendo e com muita neblina.
Antes, porém, tivemos que parar numa barreira de fiscalização da policia peruana e para nosso desgosto fomos abordados e informados, com a cara mais lavada do mundo, que havíamos cometido uma infração de transito e que não poderíamos prosseguir se não pagássemos uma multa de $ 400,00 (quatrocentos soleis) para os peruanos, mais como éramos estrangeiros o valor seria de $ 400,00 (quatrocentos dólares).
Policiais que honram suas fardas
Não adiantava argumentar, ou pagávamos ou os veículos seriam retidos por tempo indeterminado. Sem ter outra saída, nos restou mostrar a eles que tudo o que tínhamos era $ 200,00 (duzentos soleis) e R$ 300,00 (Trezentos reais) que, depois de muita discussão, acabou sendo aceito pelos sacanas corruptos.
Depois desse assedio financeiro, começamos a subir a montanha. O dia já estava indo e a noite se aproximava rapidamente, com um céu carregado de nuvens espessas.
Com muita dificuldade e muita tensão conseguimos atravessar essa parte dos Andes debaixo de muita neblina e chuva, com a temperatura chegando a casa dos 2˚C.  Já perto da cidade encontramos uma nova barreira policial, só que desta fez foi maravilhosa a forma como fomos recebidos pelos policiais. Eles, não só nos receberam com muita educação como disponibilização o banheiro privativo deles para que pudessemos fazer uso.
Cansados de procurar os documentos
Conversamos um pouco com eles e soubemos, então, que há 2 (dois) anos existe uma nova rodovia saindo de Puno a Tacna e que reduz a distancia em mais de 3horas. Isso fica para a próxima viagem!!!
Essa noite dormimos em Moquequa e na manhã seguinte, bem cedo, seguimos para Iquique-Chile, não sem antes passar por Tacna e depois de percorrer 40Km, já perto de Arica-Chile tivemos que enfrentar as duas Aduanas e todos os seus protocolos.
Esperando abertura da estrada
Não posso deixar de contar a vocês que quando chegamos a Tacna vimos uma barreira policial e atrevidamente fomos em direção a eles e pedimos informação de como sair da cidade. Eles estavam parando todos os carros e pedindo os documentos exigidos para o transito e quando nos viram vieram todo solícitos nos dar informações que pedíamos e como não compreendemos direito um policial se prontificou em nos guiar até a saída. Foi super legal e ficamos imensamente agradecidos a eles. Isso fez com que desejamos voltar a esse País apesar de alguns contratempos.
Policial nos escoltando em Tacna
Chegamos próximo do meio-dia nas Aduanas e antes de atravessar a fronteira resolvemos almoçar no restaurante do local que, a pedido do Bidinho, permitiu que pudessemos usar o local que era só de funcionários das duas aduanas.
Na hora do almoço, o Abdiel começou a procurar o documento original da BMW e quem disse que ele encontrou?? Perdemos um tempão procurando em todos os lugares possíveis e quando não tínhamos mais o que olhar ele decidiu que enfrentaria as Aduanas apenas com a cópia do documento.
Foto que levou o Haroldo ao desespero
Por incrível que pareça isso não foi o problema, eles aceitaram naturalmente o documento apresentado. Ai começou o outro problema – A aduna peruana exigiu a apresentação de um documento que foi preenchido quando da nossa chegada no país, lá na cidade do bife aparado com a mão que o Haroldo comeu. Esse mardito documento se chama SUNAT .
Chegando em Iquiqui
E dessa vez quem pisou na bola foi o Bidinho. Não me perguntem onde ele enfiou que eu respondo.... Passamos mais de duas horas procurando!!! Reviramos tudo que estava ao nosso alcance. Até os policiais que estão por perto quiseram ajudar, diante de tanto desespero.
Nos informaram então, que tínhamos que fazer um registro policial pela perda do documento e pagar uma multa de $ 12,00 (doze soleis) e como era domingo isso só poderia ser feito na segunda-feira. Estávamos numa sinuca de bico – Nós, pessoas físicas, já tínhamos dado baixa nos passaportes e já tínhamos saído do País. O problema era a moto e ai, o que fazer???
Iquiqui, uma linda cidade
Acho que os caras da aduana ficaram com pena dos Mané e decidiram nos deixar seguir em frente e assim conseguimos sair do País. Depois de enfrentar a Aduana Chilena, sem grandes percalços, seguimos, finalmente, para Iquique onde ficamos por dois dias.
Amanhã eu conto essa parte da aventura!!
Beijos a todos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

SAINDO DE CUSCO RUMO A PUNO



 
Naquele mesmo dia nós retornamos a Cusco, saindo da estação de Águas Calientes às 14:30h da tarde e chegando a Cusco às 19:30h, ainda deslumbrados com tanta beleza natural e com os mistérios que envolveram nossa visita à cidade de Machu Picchu.

Altitude máxima do percurso
No dia seguinte, já ansiosos em tomar a estrada, saímos no sentido de Puno, cidade situada ao lado do Lago Titicaca, de uma beleza indescritível.

Montanhas com picos nevados
Acho que já contei a vocês que a Mônica continua viajando com o Haroldo na Hilux e isso acabou sendo um arranjo perfeito, primeiro porque ela não se sente segura na garupa da moto e isso acabaria por atrasar a nossa viagem, principalmente porque o Bidinho é, de natureza, um tanto quanto audaciosa e pisa um pouco a mais no acelerador; segundo porque a presença da Monica ajuda o Haroldo a controlar sua fobia por altitude e aqui tudo o que fazemos é subir e descer montanhas. Já chegamos a 4.800 MSNM e nessas horas tudo o que ela ouve é: Minha Nossa Senhora!! Minhas pernas estão bambas!! E tome-lhe apertar o cinto de segurança. Quase que se auto estrangulando!! Chamamos pra ele para tirar uma foto perto do penhasco e ele nem olhou pro nosso lado. Quando me aproximei muito perto do abismo só ouvi o grito – AMÉLIA, sai daí!!! Enfim, apesar desses momentos, ele esta cada dia mais superando sua ansiedade!! Quem sabe um dia ele se tornará nosso orgulho ??? Pelo menos ele já se candidatou pra próxima viagem, não importa o percurso!!!

Saímos de Cusco no inicio da manhã e seguimos rumo a Puno onde pretendíamos chegar até o final da tarde. No percurso nada de tão extraordinário ocorreu até chegarmos a Juliaca, cidade onde o Abdiel quebrou a perna 4 (quatro anos) atrás. Como somos pessoas de muita sorte e por estamos com muita fome, resolvemos parar num lugarejo e perto da carretera (estrada) procuramos um lugar menos horroroso para comer.

Uma beleza deslumbrante
Chegamos num suposto restaurante e pedidos o cardápio, piada né, tudo o que eles tinham era uma sopa aguada, chamada ¨casuelo de ovino¨, puro piche de bode. Os dois Abdiel se deliciaram com a água quente e de quebra ainda comeram cordeiro assado com aji (pimenta) acompanhada de batata assada!!

Difícil foi descobrir onde estava a bendita carne assada. Eu perguntava e a peruana respondia – Já esta echo!! E só depois de muita insistência é que eu descobri que a mulher sentada na beira da estrada com uma trouxa de pano vendia a tal carne. Ela levantou o pano, meteu a mão num bornal e de lá tirou um naco de carneiro assado. Eles acharam o máximo. O Haroldo e a Mônica nem olhavam com nojo e como ela diz – REPUNO (repugnou).

Chegando em Juliaca
Retornamos à estrada e essa abençoada parada nos livrou de uma chuva torrencial de granizo que caiu sobre Juliaca, acumulando mais de 25cm de gelo. Quando chegamos o caos estava instalado. As ruas estavam cheias de água, misturada com o gelo e muitas pessoas limpando as calçadas e outras tantas transitando pelas ruas. Foi terrível atravessar a cidade, principalmente, porque as ruas são estreitas e cheias de Tuc-Tuc cujos motoristas não respeitam ninguém e atravessam as ruas de qualquer maneira.

Nessa confusão o Bidinho foi abordado por um nativo que manejava um tuc-tuc e que reclamava que havia sido abalroado pelo Haroldo que nem percebeu o que tinha acontecido. O rapaz muito nervoso queria uma reparação de danos que ele avaliou em $ 50,00 (cinqüenta soleis), moeda peruana.

Atravessando o caos 
Pra poder resolver o impasse o Bidinho propôs que se retirassem da área tumultuada e fossem para um lugar mais tranqüilo fora daquele burburinho. Naquele momento o suposto infrator já era um fugitivo junto com a Mônica. Chamado a responsabilidade se negava a acreditar que tivesse feito aquilo.

Bem, tudo terminou com uma indenização de $ 20,00 (vinte soleis) levado a efeito pelo Bidinho que depois vai entrar com uma ação de regresso contra o Haroldo. Kk

Quando estávamos nos aproximando de Puno tivemos uma visão da cidade do alto da montanha que nos permitiu visualizar a conjunção da cidade com o lago Titicaca que nos deixou embevecidos, em suma, sem fôlego diante de tanta beleza e também por causa da altitude.


Chegando em Puno
Enfim, chegamos a Puno no final da tarde e o Abdiel contratou um tuc-tuc para nos levar ao Hotel onde estivéramos antes, há 2 anos, quando voltávamos de Lima (Alex, Alexandre, Abdiel, Bidinho, Everson e eu). Como não nos lembravam do nome do Hotel e só sabíamos que ficava a beira do lago, saímos seguindo o taxista que a principio pensou se tratar do Hotel Imperial e no meio do caminho, subindo a ladeira, nós avistamos o Hotel que queríamos – SONASTA HOTEL – e o líder, num movimento brusco, entrou na estrada que levada ao saguão do Hotel e nem tivemos tempo de avisar o pobre do rapaz do tuc-tuc.

Chegamos a buzinar e dar sinal de luz, mas ele não percebeu e assim, suponho que quando olhou para trás estava sozinho e embasbacado com tanta proeza desses ״brasileiritos" em fugir de pagar a corrida. Coitado, esta até hoje procurando por nós!!!

Saindo para jantar
No dia seguinte, o Bidinho e a Mônica foram visitar a população (Urus) que vive sobre as águas do lago Titicaca (ilhas flutuante feitas sobre juncos) e nós (Abdiel, Haroldo e eu) ficamos curtindo o Hotel e colocando nossos assuntos pessoais em dia.

O Bidinho e a Monica retornaram as 11h da manhã e nós já estávamos prontos para partir com a pretensão de chegarmos a Tacna (fronteira com o Chile) e o máximo que conseguimos foi chegar a Moquequa, ainda no Peru.

Amanhã detalhamos nossa aventura até Moquequa!!!

Beijos a todos que nos acompanham.

 

 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

UMA VIAGEM À CIDADE PERDIDA DOS INCAS


Explorando a cidade perdida!!
Depois de um dia inteirinho de vadiagem pelas ruas de Cusco, passeando por suas ruas estreitas, visitando suas igrejas e procurando restaurantes para apreciar uma boa comida peruana, chegou a hora de nos planejar para conhecermos as belezas da cidade perdida.

Canteiro experimental da agricultura Inca
A mistica de Águas Calientes!!
Saímos pela manhã, bem cedinho do hotel e em razão do trem não mais poder fazer o percurso saindo do centro de Cusco, por questões ambientais, tivemos que pegar uma Van que percorreu aproximadamente uns 40 minutos até a estação de trem e de lá seguimos para Águas Calientes onde nos hospedamos. Esse percurso durou mais ou menos 1:40h e que passaram rapidamente pois estávamos encantados com a paisagem, magnífica e encantadora!!
Águas Calientes é um lugar interessante, obviamente, preparada para receber turistas do mundo inteiro. Muitas bugigangas típicas do Peru a preços exorbitantes. Mas, enfim, é divertido subir e descer suas ladeiras, visitar suas inúmeras lojinhas e tomar um bom banho nas piscinas termais.
As revoltas águas do rio Urubamba
Desde que chegamos, uma chuvinha lenta e persistente caia sobre a cidade, deixando-a ainda mais misteriosa. Ao lado da cidade corre um rio caudaloso, violento e com as cores das águas do rio madeira.
Essas águas foram motivo de muita discussão entre os expert no assunto. Abdiel, sem nenhuma dúvida, afirmava que havia peixe que conseguiam sobreviver a tamanha violência e turbilhamento, por outro lado, Bidinho e Haroldo afirmavam categoricamente que nenhuma espécie de peixe sobreviveriam àquelas condições. Depois de uma pesquisa na redondeza o Bidinho e o Haroldo ganham a discussão, realmente, não havia peixe naquelas águas!!
Cuy, uma comida exótica
Como chovia a cântaros, depois de nos acomodar no Hotel Royal In, fomos procurar um lugar para almoçar e o Bidinho sugeriu que fossemos ao mesmo restaurante em que eles haviam almoçado a 2 anos quando aqui estiveram.
Abdiel e eu decidimos comer um tal de Cuy, típica comida peruana, ou seja, um animalzinho muito parecido com prea e que provou não ser essa coca-cola toda. Ele é pequeno e tem pouca carne mas, eu queria conhecer e sentir o sabor. Saímos com fome do restaurante.
A caminho da cidade perdida!!
O Bidinho optou por um Lomo de Alpaca e acabou se dando bem. O Haroldo sempre mais com o pé para trás pediu somente uma salada (ele ainda vai virar um camaleão) e a Mônica que tem medo do desconhecido pediu algo bem básico – frango empanado com batatas fritas e arroz – foi a pior comida que chegou a mesa. Não tinha sabor de nada e o empanado do frango era um ovo mole jogado por cima e que nem frito estava!!! Ela muito irritada desistiu de almoçar, pelo menos ali, e mais tarde, já na companhia só do Bidinho foram a outro restaurante e quando os encontramos no final da tarde ela estava só alegria – barriguinha cheia – comeram macarronada e pizza.
A noite quando estávamos no Hotel esperando o nosso guia se apresentar, decidimos pedir umas pizzas no restaurante em anexo. A preguiça era grande e como a chuva ainda persistia e o frio começava a incomodar, ficamos no saguão conversando e esperando o garçon avisar quando a comida ficasse pronta.
O compromisso com a Empresa era que o guia chegaria ao Hotel às 18h, mas o cabrinha só apareceu às 21h quando já não suportávamos aguardar a sua chegada. Fomos planejar o passeio à cidade perdida que ocorreria no dia seguinte, bem cedinho. Nessa hora a Mônica começou a se mostrar indisposta, com dor de barriga e enjôo e por esse motivo acabou se recolhendo antes mesmo de acabarem as explicações de como proceder nas montanhas. Soubemos no dia seguinte que ela passou mal a noite toda com vomito e diarréia. A peixinha morreu pela boca!!!
Olha o tamanho da mulher (Anisia)
Levantamos às 6h da manhã porque tínhamos que pegar o ônibus que nos levariam à entrada da cidade às 6:45h, isso porque, como o guia nos explicou, tínhamos que passar pela roleta de entrada até as 7:45h, limite de tolerância.
Olha aí a lei do menor esforço
Do ponto onde o ônibus parou até o local de entrada tínhamos que caminhar uns 10minutos mais a coragem da turma não era tanto assim e acabamos pegando um TUC-TUC que foi bem divertido.
Apenas a título de curiosidade, dentro da cidade é proibido fumar e se sentar em locais previamente indicados, e para evitar o descumprimento dessa regra há policiamento constante no local.
Em determinado momento do passeio eis que um cidadão aparece fumando calmamente e, uma vez advertido pelo nosso guia, sorriu ironicamente e continuou tragando seu cigarro e fazendo círculos no ar com a fumaça. Foi preciso ameaçar chamar os policiais para que ele apagasse o cigarro. Adivinhem de onde o cidadão era??? BRASIL!!! Fiquei com vergonha por nós!!! E por ouvir a celebre frase: Tinha que ser brasileiro!!!
Monica antes de desistir da excursão
Retrocedendo um pouco, logo na entrada da cidade a Mônica, que já vinha reclamando de indisposição desde a noite anterior, começou a passar mal e teve que voltar, sem ver quase nada do lugar, a não ser uma rápida visão quando a neblina baixou um pouco.
Do trecho de onde ela voltou até a entrada da cidade ela teve queda de pressão e desmaiou. Foi levada para um ambulatório onde foi medicada e ficou tomando soro, pois já estava desidratada. Depois desse sufoco e muitos medicamentos ela se recuperou e no final da tarde conseguimos voltar a Cusco sem maiores transtornos.
Quem vê tamanho não vê medo!!!
O outro desafio do grupo foi manter o Haroldo conosco até o final da excursão. Ele tem fobia de altura e tinha que se manter sempre afastado da encosta, evitando olhar para baixo. Assim foi possível continuar e como tinha muita neblina a visão geral foi um pouco prejudicada para todos, mais foi fundamental para que ele prosseguisse no passeio. Por incrível que parece ele só não conseguiu chegar ao ultimo ponto da excursão onde era impossível não se olhar para baixo e começar a descida. Ele esta de parabéns, venceu mais um desafio!!
A excursão durou uma média de 2h e, apesar do peruaninho parecer não ser de nada, o menino era bom de história, cheio de artimanhas, com pitada de humor, tornando nossa exploração ao mundo Inca muito agradável.
É impossível descrever a grandiosidade daquela civilização e do quanto eles eram evoluídos, seja na área da astrologia, agricultura, engenharia e outras áreas do conhecimento. O mais surpreendente era a interação do homem ao meio ambiente e às forças da natureza.
Se as gerações que se seguiram tivessem absorvido esse conhecimento o meio ambiente não teria sofrido tanta agressão e não seria preciso gastar milhões de reais para tentar conter tamanha destruição!!
O magnetismo Inca!!! 
O guia nos explicou que aquele santuário aparenta ser o lugar sagrado dos INCAS onde viviam pessoas especiais (físico, químico, espiritual e outros) que se dedicavam ao desenvolvimento de seus potenciais em busca do progresso de seu povo e onde ocorriam os rituais sagrados. Hoje essa cidade é muito visitada por peregrinos em busca da paz, assim como nós, peregrinos aventureiros!!!!
Sendo assim, corre a lenda de que a cidade dos INCAS, onde viviam a maioria das pessoas, ainda se encontra perdida!!!
Boa noite!!!

sa

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CUSCO - ANTIGA CAPITAL DO IMPÉRIO INCA


Mais um toque de beleza à cidade
Depois de tudo que passamos até chegarmos ao Hotel às 23:30h de domingo e só conseguirmos ir dormir depois da 01h da manhã, a nossa segunda-feira não podia ser de outra forma a não ser descansar e dormir um pouco mais do que nos outros dias.
Infelizmente não poderia ser por toda a manhã já que tínhamos que encontrar uma oficina para efetuar os reparos nas motos do Abdielzinho ( ele sonha que no final da viagem a moto vai ser dele) e do Bessa.
Se misturando as paisagens local
Esqueci de contar que, na noite anterior, antes de chegarmos ao Hotel o Bessa decidiu, sozinho, que precisamos encontrar primeiro a Praça de ״Las Armas״ e por ser uma cidade muito antiga, as ruas são estreitas e com paralelepípedos, tornando difícil pilotar por essas ruas, sem contar que era uma descida, com uma depressão no meio da pista que estava molhada por causa da chuva.
Não deu outra, o Bessa perdeu o equilíbrio e caiu, jogando a pobre a Anisia no meio fio e nessa hora quebrou a lanterna do pisca-pisca do lado direito da moto. Ainda bem que as pessoas foram muito solicitas e ajudaram a Anisia a levantar e sair mancando para a calçada (.. e ela pro Bessa – De novo amor??) Isso porque ele já havia derrubado ela da moto lá perto de Cacoal, mas isso é uma outra história que depois eu conto. .
Um casal apaixonado
Outra coisa que deixei de comentar com vocês é que nos Hotéis não existe estacionamento e as pessoas precisam contratar garagens, as vezes perto do Hotel, outras vezes em local bem distinto,que aqui eles chamam de cocheira ou playa de estacionamiento. No nosso caso o Hotel disponibilizou sua garagem para abrigar as motos do Abdiel e do Bessa, mas o espaço era muito pequeno, não sendo possível acomodar a carretinha com a moto do Bidinho e também a Hilux.
Eles tiveram que procurar na redondeza uma garagem disponível e só conseguiram acomodar a carreta com a moto, quanto a Hilux, depois de muita insistência do Bidinho, o Gerente do Hotel admitiu que colocássemos o carro na estreita garagem e para conseguir essa proeza foi preciso mais de hora de tentativa até que, finalmente, coube naquele espaço reduzido. Essa foi uma das razões porque só conseguimos nos recolher para descansar depois da meia-noite.
Vista Panorâmica da cidade
Depois de tantos percalços o Bidinho não queria nada com a dureza e entregou a chave da moto pro pai dizendo – Tome que o filho é seu – Imaginam a alegria do Abdiel nesse momento? Enfim, sobrou pra ele a responsabilidade de levar a moto para a oficina.
No dia seguinte, enquanto Abdiel, Bessa e Haroldo foram para a oficina, nós as mulheres, sob a proteção do Bidinho fomos a lavanderia levar as roupas molhadas e fedorentas para uma boa lavagem – pelo menos era o que a gente queria. A lavanderia era uma m...... e as roupas foram entregues no final da tarde quase pior do que quando chegarsm.
Tudo isso faz parte da aventura e tudo o que temos que fazer é relaxar e aproveitar.
Igreja do Sec. XVI
Depois das devidas acomodações, nos encontramos na praça Das Armas e fomos almoçar e comemorar o fato de estarmos todos bem e com saúde.
No final da tarde o Abdiel marcou encontro com uma Operadora de Turismo para contratar a nossa ida para Macchu Picchu no dia seguinte (terça-feira), logo nas primeiras horas. SURPRESA!!! Os dias anteriores tinham sido de muita chuva e a água cobriu a estrada de ferro impossibilitando a travessia do trem que nos levaria às Águas Calientes, um povoado perto da cidade do Incas!!
Com isso, tivemos que remarcar a nossa ida para Macchu Picchu, ficando para quarta-feira, com retorno na quinta-feira a tarde. Isso nos obrigou a permanecer em Cusco um dia a mais que o previsto.
Passeando pelos Pontos Turísticos 
Já que o estupro era eminente, o jeito foi relaxar e aproveitar as belezas dessa cidade cheia de histórias de um povo que atingiu o ápice de seu desenvolvimento econômico, social e cultura, além do progresso na agricultura.
O Bidinho e a Monica contrataram um city tour e visitaram vários pontos turísticos. O Bessa e a  Anisia foram comprar algumas roupas de inverno já que o Bessa quase morreu nas montanhas de tanto frio. Teve uma hora que olhamos para ele e ele estava tão roxo que pensamos que ia desmaiar, porque além do frio a situação dele era ainda mais critica, ele estava todo molhado porque a roupa que ele achava que era impermeável mostrou ser uma grande porcaria.
Tomando café expresso e foto com nativas
Aqui eu tenho que fazer um parêntese – Enquanto os rapazes que foram a oficina já estavam almoçando na Placa de Las Armas, nós perambulamos pela cidade.  A preocupação da Anisia era encontrar o Bessa antes que ele comprasse as roupas de frio porque ela dizia o tempo todo – Gente ele vai comprar uma roupa grande demais pra mim!!! E nos dizíamos -  Como assim?  Você é tão pequena!! E ela ansiosa dizia – Ele vai comprar XL. Ela contou que em outra ocasião ela foi mostrar uma foto para uma amiga em que apareciam as rosas ao lado dela e o pessoal em vez de olhar as rosas olhavam para ela e perguntavam – Quem é esse ET??
Razão porque quando vamos tirar fotografias ela nunca fica sem o capacete que é pra ninguém reconhecê-la com aquelas roupas três vezes maior do que ela. Vocês acreditam que ele realmente comprou as roupas antes dela chegar e todas eram XL e ela usa PP??
O Abdiel, eu e o Haroldo fomos levar a moto, que já estava pronta, e o carro para um lavador, porque eles estavam imundos depois de tudo que passaram. Deixamos o pessoal cuidando deles e fomos passear na Praça Das Armas, aproveitar para comprar algumas lembrancinhas e assim esperar o tempo necessário para voltarmos ao Lavador para pegar os veículos.
Almoçando em frente a Praça das Armas
A cidade continua me fascinando. Ela é linda!! Situada dentro de um vale, cercada de montanhas e um clima maravilhoso. Creio que seria necessário pelo menos uma semana para podermos conhecer os pontos mais importantes desse lugar, tais como as igrejas construídas depois do século dezesseis, quando os Espanhóis aqui chegaram e impuseram sua cultura e sua religião ao povo Inca que de tão pacíficos não reagiram a esse domínio selvagem e brutal, deixando-se dizimar e permitindo que seus templos fossem destruídos e em seu lugar fossem erguidas igrejas suntuosas!! Só no centro da cidade são 15 (quinze) igrejas de diferentes congregações.
Gostariam de tempo para visitar os sítios arqueológicos que ficam perto da cidade e outros pontos turísticos interessantes, mas infelizmente isso ainda não será possível porque temos que cumprir com a nossa meta e os dias correm muito rápido.
Amanhã, quando retornarmos de Macchu Picchu contarei a vocês essa nova aventura.
Até mais e Boa noite.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OS DESAFIOS DA MONTANHA NOS ESPERA




A partir deste momento a nossa aventura ganha um novo sabor. O trecho entre Puerto Maldonado e Cuzco é, sem dúvida, muito atraente e perigoso e desafiar a montanha é algo que agita a nossa adrenalina.
Aparentemente a distancia não chega a nos assustar – aproximadamente 530 km – mas quando se trata de subir montanhas o tempo a ser gasto é o dobro. Saímos do Hotel as 8h da manhã e pela experiência adquirida em outras viagem, sabíamos que não poderíamos perder tempo entre uma parada e outra.
Logo na saída tivemos problemas com o abastecimento das motos e do carro. A maioria dos Postos de Gasolina estava sem combustível e entre a saída de um posto e outro, somada a ansiedade do líder em pegar a estrada, acabou que nos perdemos um dos outros. Fico me perguntando, se não tem gasolina no Peru, deve ser por isso que a gasolina no Brasil ameaça subir pra R$ 3.15, ou isso, ou a Dilma continua a  nos roubar na cara-dura.
O Haroldo com a carretinha demorou a sair do primeiro posto e já não nos encontrou. O Bessa precisou olhar algo na moto e quando levantou a cabeça, já estava sozinho e o Abdiel aceitando ajuda de um nativo decidiu segui-lo e, claro, esqueceu os outros pra trás e o único que percebeu seu movimento foi o Abdiel Filho que conseguiu segui-lo até certo ponto quando ele entrou no posto sem aviso prévio e mais um se perdeu. Isso porque em tese do meu ponto de vista, líder deveria ser alguém capaz de ser seguido e não alguém que some na buraqueira, mas enfim...
Mais de quinze minutos se passaram até que todos espontaneamente decidiram se dirigir à saída da cidade e aos poucos foram se encontrando. O Líder Divino não estava errado, esses acompanhantes é que são devagar!!!!
Finalmente lá estávamos na estrada e logo começaram a aparecer as primeiras curvas e a tornar a viagem mais emocionante. As primeiras horas transcorreram sem qualquer transtorno até que o Bessa passou uma lombada sem atenção e no impacto o apoio do GPS quebrou e ele voou pelos ares. Olha e eu que achava que já tinha visto de tudo nessa vida, mas GPS voador essa é primeira vez.Tivemos que parar e aguardar as suas novas acomodações.
A estrada estava muito boa, mas a cada novo povoado começavam as lombadas e não são poucas, ocasionando novo atrasado na nossa programação. A cada nova lombada, eu pensava: Se eu pudesse enfiava essas lombadas naquele lugar de quem colocou essas lombadas aqui.Quanto mais subíamos mais a temperatura ia se alterando – Saímos de quase 35˚C para 6˚C – a chuva começou a cair e junto com ela a velocidade média desenvolvida, pois a pista ficou molhada e as curvas acentuadas, tão acentuadas que havia placas na estrada indicando que nesses lugares seria aconselhavam buzinar para orientar o motorista que viria em sentido contrário.A frase é – TOQUE CLAXON!!! E eu pensava, é melhor tocar o claxon, e cuidar pra gente não virar omelete!
Havia muita pedra que rolou das montanhas e das quais tenhamos que desviar e ficar de olho pra cima porque a qualquer momento poderia ocorrer outro deslizamento, além de que em alguns pontos a água cobria a estrada se misturando com as pedras.
A tensão era imensa exigindo concentração total na estrada. Para piorar, a neblina se intensificou e quase não se enxergava nada a frente. A velocidade foi reduzida a menos de 20Km/h. Nesse trecho ocorreram dois graves acidentes na estrada e a ultrapassagem se tornou difícil já que as duas pistas foram comprometidas.
Na parte mais alta da montanha ainda encontramos neve na estrada, com pista escorregadia já que parte delas já se tornara gelo. Tanto o Abdiel quanto o Bidinho chegaram a deslizar na pista e com muito esforço conseguiram manter a moto em equilíbrio.
O frio aumentou consideravelmente, com a temperatura caindo a menos de 6˚C, e chuva caindo intensamente, dificultando nossa visão e tornando a situação, em alguns momentos, ainda mais difícil.
Com tanto atraso não tivemos tempo para o almoço e tudo o que encontramos na beira da estrada foi maça estragada e banana e foi o que conseguimos comer, além de algumas barrinhas de cereais.
Uma situação que nos deixou muito preocupados foi a autonomia da moto do Bessa que por duas ocasiões teve que utilizar a gasolina que transportamos para casos de emergência. Essa preocupação se justifica porque ele vai retornar de Cusco a Porto Velho sozinho e terá que ter muito cuidado para não ficar por pane de gasolina.

O ponto mais alto de chegamos foi 4.725 MSNM (metros sobre do nível do mar) e nessa parada estratégica para tirar fotos alguns dos integrantes ficaram tontos e precisaram de um tempo para se recuperar.
Depois de tantas emoções, finalmente, quando já estávamos descendo a menos de 2.000 m de altitude a chuva parou e fomos brindados com um lindo arco-íris e ao cair da tarde o por do sol no horizonte se apresentava cheio de cores e beleza incomparável.
A distancia aqui se mede em tempo e quando faltavam 40 minutos para chegarmos em Cuzco nos deparamos em uma encruzilhada. O Abdiel, como sempre, se aproximou do cruzamento e decidiu fazer uma conversão à direita e se distanciou do ponto critico e claro, com exceção do Bessa que o seguiu, os outros foram em sentido contrário e na estrada não tinha como retornar, a não ser a moto (HD) que apesar da dificuldade conseguiu retornar, porém, o carro teve que continuar até encontrar um lugar seguro para fazer a manobra.
Nesse local o Abdiel Filho informou que, já a algum tempo, vinha descendo sem os freios traseiros e se equilibrando com muita dificuldade.
Já eram 8h da noite e, ali, no escuro, tivemos que colocar a moto na carretinha. Vocês não imaginam a aventura que foi. Todos tiveram que participar dessa empreitada. Na falta de lanterna só deu os celulares sendo usados. Uns procuravam pedra pra calçar a carretinha e outros desmontavam a carroceria do carro atrás dos materiais para prender a moto encima dela. Haroldo e Bessa, com muita porrada, desconectaram a ramba debaixo da carreta e preparam a subida da moto.
É claro que no meio de tanta tensão sempre sobra alguma coisa engraçada. O carro estava estacionado perto de uma vala de concreto relativamente grande e o tempo todo tínhamos que alertar um e outro para que tomassem cuidado e, - não deu outra - de repente nós vimos um cabelo loiro voando e um baque - corre todo mundo pro mesmo lugar e lá estava a Monica toda encolhidinha na vala. Difícil foi não rir daquela situação!!!
O Abdiel, com toda a sua experiência, conseguiu colocar a moto em cima da carreta e depois fixá-la com toda segurança para o restante da viagem. Quando a moto já estava bem acomodada o Haroldo foi escolhido para segurar ela lá em cima enquanto as cordas eram amarradas.
O maior problema foi a fome, estávamos todos desesperados e alguns como, eu e o Bidinho, com Cetose e isso só aumentava o estresse e o desconforto. Ufa!!! Agora estávamos aptos a continuar. Chegamos à cidade as 10h da noite e depois de algum tempo decidimos contratar um taxi para nos levar ao Hotel. A exaustão era tanta que só nos imaginávamos no quarto deitados em lençóis macios!!
E, mais uma fez o líder divino seguiu em frente sem olhar para trás, deixando Haroldo sem condições de manobrar a carretinha em tempo hábil para vê-lo seguindo o taxi e,lógico, não deu outra, eles se perderam.
Chegamos ao Hotel debaixo de chuva, cansados, irritados e sem comunicação com os demais integrantes da equipe e que ocupavam a Hilux  (Haroldo/Abdielzinho e Monica), vocês podem imaginar a alegria desse grupo!!! Com muito boa vontade eles finalmente conseguiram se comunicar conosco na recepção do Hotel e depois de mais alguns minutos se juntaram a nós e com a fome que estavam quase comeram o fígado do Abdiel.
A recepcionista do Hotel, muito gentilmente, percebendo o nosso cansaço e desanimo se prontificou a ir pessoalmente ao Mac Donald comprar alguns sanduíches que devoramos literalmente e finalmente pudemos descansar, sem hora para levantar, Graças a Deus.
Amanhã será um outro dia.
Boa noite a todos.