Conforme meu último relato,
chegamos a San Salvador de Jujuy, única cidade da Argentina onde pernoitamos.
Em outras palavras, a Argentina serviu apenas de corredor para o nosso objetivo
maior que era retornar a San Pedro do Atacama.
Chegando em Jujuy |
As horas que antecederam nossa
chegada em Jujuy foram as últimas percorridas na Cordilheira dos Andes e uma
das mais bonitas.
A partir daí acabaram-se as
montanhas e seus mistérios e o que tínhamos pela frente era apenas retas, que
após algum tempo se tornavam monótonas. O que ainda despertava nossa atenção
eram as enormes plantações e/ou pastagens que se estendiam no horizonte a
perder de vista.
Ultimas visões da Cordilheira dos Andes |
Nosso objetivo era chegar a
fronteira com o Paraguay, que ficava na cidade de Clorinda – Argentina e onde
estivemos a dois anos quando fomos para
conhecer Pucon e que à época já não nos deixou uma boa impressão. Naquela
ocasião a moto HD estava quebrada e a seguradora nos transportou até a
fronteira com o Paraguay e lá nos deixou, no meio da madrugada e nas mãos de
uns mercenários e corruptos servidores públicos paraguaios.
Em razão dessa experiência
estávamos apreensivos com a possibilidade de novo achaque e, não deu outra,
pareciam abutres e nos cercaram de todos os lados.
Difícil traduzir a beleza desse lugar |
Nos guichês da Argentina não
houve nenhum problema e rapidamente nos liberaram, carimbando nossos
passaportes. Agora, no Paraguay, seria melhor nem tecer comentários mais é
impossível deixar de relatar a sensação de revolta diante da postura desses
cidadãos.
Lembram do documento da BMW
(original) que o Abdiel não sabe onde colocou? Pois bem, em todos os outros
países isso não foi problema, contamos com a compreensão de todos (Peru/Chile e
Argentina) e claro que isso não se repetiu no Paraguay, pelo contrário, serviu
de mote para a já corriqueira cobrança de propina. Para evitar dor de cabeça
isso custou $ 50,00 (cinqüenta dólares).
Encerrando mais uma maravilhosa aventura |
Aparentemente o problema estava
resolvido! Ocorre que o Bidinho quando esteve naquele País em 2010 não se
preocupou em procurar uma Aduana Paraguai para carimbar o passaporte e mais uma
vez ficamos na mão desses m.....!!
Não havia explicação que os
convencessem de que ocorreu apenas um lapso e que o Bidinho não estivera
vivendo naquele País por dois anos e de forma ilegal. Eles, mostrando a lei do
País aplicaram uma multa, correspondente a $ 40,00 (quarenta dólares), que na
moeda local seria $ 194.000,00 (cento e noventa e quatro mil guaranis).
Tocando as nuvens |
Sem maiores alternativas o jeito
era pagar! Até ai, tudo bem, o problema era que eles não queriam dar nenhum
recibo que comprovasse o pagamento e o Bidinho dizia – Pago o que for preciso,
mas quero recibo!! Um olhava para o outro e dizia – Faça o recibo para o rapaz
e, nenhum dos dois se prontificava a preencher qualquer documento.
Em determinado momento um deles
me chamou e disse que já havia feito a correção no sistema e enquanto mostrava
a tela abriu uma gaveta e me disse para deixar lá o valor da multa. O Bidinho
chegou na hora e disse – OK, o dinheiro vai ser colocado, agora quero o
recibo!!
Como o impasse não chegava ao
fim, um dos servidores resolveu levar o Bidinho para outra Aduana próxima, onde
o Chefe deles poderia fazer o recibo.
Ficamos apreensivos esperando
pelo retorno do Bidinho e do funcionário porque tínhamos medo dele ficar preso
lá. Depois de algum tempo eles retornaram e liberaram a nossa entrada do País.
Já em Asuncion é que ficamos
sabendo que o Bidinho peitou o Pessoal da Aduana e se identificou como Advogado
e que sem recibo não poderia haver pagamento e que, conforme regra do MERCOSUL
os brasileiros que transitam por esses Países não precisam apresentar
passaporte, podendo ir e vir apenas com a carteira de identidade, portanto,
aquela exigência era infundada.
Parando para o repouso e chegando os pneus |
Diante de tantos argumentos,
decidiram dar um desconto de 50% que foi radicalmente rejeitado pelo Bidinho –
Não, pago tudo (100%) e com recibo!!!
Enfim, depois de muitas
discussões decidiram por bem deixar como estava e ele foi liberado de qualquer
pagamento e assim seguimentos em frente. Ele, feliz da vida por não ter se
curvado àqueles urubus de quinta categoria. E pensar que na minha veia corre
sangue paraguaio!!! Fazer o que??
Seguimos para Asuncion e durante
todo o trajeto fomos parados por outros policiais e, com a Graça de Deus,
nenhum nos perturbou, pelo contrário, foram educados e prontos para nos dar as
informações que precisávamos. A vida é assim, tem suas compensações!! Mas que
safadeza tira a gente do sério, isso é fato!!!
Pneu desgastado e pronto pra estourar |
Chegamos a Asuncion no meio tarde
e fomos nos hospedar no Íbis Hotel que fica em frente ao Shopping Del Sol,
muito bonito e prazeiroso, onde fomos jantar. Logo que chegamos á cidade o
Abdiel, Bidinho e Haroldo foram a loja da HD levar a moto para consertar e no
final daquela mesma tarde ela nos foi entregue, pronta, lavada e disposta a
continuar rodando!!!
No dia seguinte, por decisão do
Bidinho, nós nos separamos. Ele foi para Foz do Iguaçu e de lá para Cascavel-PR
para visitar os tios da Mônica e nós seguimos conforme o combinado
anteriormente – Ponta Porá, onde passamos a noite.
Preparando para subir a moto |
Outra decepção, lá os preços também
não estavam tão melhores! Compramos as lembranças pra família, pois difícil é
chegar sem nada para alegrar a molecada e deixamos pra outro momento a
aquisição de produtos mais elaborados, já que no Brasil podemos parcelar.
Já o Abdiel planejando a próxima
viagem comprou dois capacetes SHOEI, na cor vinho para combinar com a minha
boroca (bolsa de motociclista) que vai pendurada na lateral e contendo coisas
emergenciais.
Comprou, a pedido, um Iphone para
a Mãe Ju, um kit de maquiagem para a Laide e 2 litros de wisky para o genro
arquiteto dele (Leandro) e outras cozitas mais....
Saímos no dia seguinte com
destino a Coxim, já que a revisão da HD houvera sido feita em Assuncion e a
nossa amiga Irma não estava em Campo Grande, pois fora ao RJ assistir Elton
John.
Inúmeras plantações ao longo da rodovia |
O Bidinho ficou triste porque
queria que nós o esperássemos em Campo Grande para passar o aniversário deles
juntos, mas como queríamos ganhar tempo seguimos em frente e ele acabou ficando
em Cascavel por mais um dia e depois embarcou a Mônica com destino a Cacoal e
seguiu sozinho de volta pra casa. Isso me deixou muito angustiada e preocupada
com a segurança do meu filhotinho.
Até agora ele esta bem e eu estou
rezando para que ele conclua sua meta com sucesso!!!
Por hoje é só.
Beijos a todos.