Altitude máxima do percurso |
No dia seguinte, já ansiosos em
tomar a estrada, saímos no sentido de Puno, cidade situada ao lado do Lago
Titicaca, de uma beleza indescritível.
Montanhas com picos nevados |
Acho que já contei a vocês que a
Mônica continua viajando com o Haroldo na Hilux e isso acabou sendo um arranjo
perfeito, primeiro porque ela não se sente segura na garupa da moto e isso
acabaria por atrasar a nossa viagem, principalmente porque o Bidinho é, de
natureza, um tanto quanto audaciosa e pisa um pouco a mais no acelerador; segundo
porque a presença da Monica ajuda o Haroldo a controlar sua fobia por altitude
e aqui tudo o que fazemos é subir e descer montanhas. Já chegamos a 4.800 MSNM
e nessas horas tudo o que ela ouve é: Minha Nossa Senhora!! Minhas pernas estão
bambas!! E tome-lhe apertar o cinto de segurança. Quase que se auto estrangulando!!
Chamamos pra ele para tirar uma foto perto do penhasco e ele nem olhou pro
nosso lado. Quando me aproximei muito perto do abismo só ouvi o grito – AMÉLIA,
sai daí!!! Enfim, apesar desses momentos, ele esta cada dia mais superando sua
ansiedade!! Quem sabe um dia ele se tornará nosso orgulho ??? Pelo menos ele já
se candidatou pra próxima viagem, não importa o percurso!!!
Saímos de Cusco no inicio da
manhã e seguimos rumo a Puno onde pretendíamos chegar até o final da tarde. No
percurso nada de tão extraordinário ocorreu até chegarmos a Juliaca, cidade
onde o Abdiel quebrou a perna 4 (quatro anos) atrás. Como somos pessoas de
muita sorte e por estamos com muita fome, resolvemos parar num lugarejo e perto
da carretera (estrada) procuramos um lugar menos horroroso para comer.
Uma beleza deslumbrante |
Chegamos num suposto restaurante
e pedidos o cardápio, piada né, tudo o que eles tinham era uma sopa aguada,
chamada ¨casuelo de ovino¨, puro piche de bode. Os dois Abdiel se deliciaram
com a água quente e de quebra ainda comeram cordeiro assado com aji (pimenta)
acompanhada de batata assada!!
Difícil foi descobrir onde estava
a bendita carne assada. Eu perguntava e a peruana respondia – Já esta echo!! E
só depois de muita insistência é que eu descobri que a mulher sentada na beira
da estrada com uma trouxa de pano vendia a tal carne. Ela levantou o pano,
meteu a mão num bornal e de lá tirou um naco de carneiro assado. Eles acharam o
máximo. O Haroldo e a Mônica nem olhavam com nojo e como ela diz – REPUNO
(repugnou).
Chegando em Juliaca |
Retornamos à estrada e essa
abençoada parada nos livrou de uma chuva torrencial de granizo que caiu sobre
Juliaca, acumulando mais de 25cm de gelo. Quando chegamos o caos estava
instalado. As ruas estavam cheias de água, misturada com o gelo e muitas
pessoas limpando as calçadas e outras tantas transitando pelas ruas. Foi
terrível atravessar a cidade, principalmente, porque as ruas são estreitas e
cheias de Tuc-Tuc cujos motoristas não respeitam ninguém e atravessam as ruas
de qualquer maneira.
Nessa confusão o Bidinho foi
abordado por um nativo que manejava um tuc-tuc e que reclamava que havia sido
abalroado pelo Haroldo que nem percebeu o que tinha acontecido. O rapaz muito
nervoso queria uma reparação de danos que ele avaliou em $ 50,00 (cinqüenta
soleis), moeda peruana.
Atravessando o caos |
Pra poder resolver o impasse o
Bidinho propôs que se retirassem da área tumultuada e fossem para um lugar mais
tranqüilo fora daquele burburinho. Naquele momento o suposto infrator já era um
fugitivo junto com a Mônica. Chamado a responsabilidade se negava a acreditar
que tivesse feito aquilo.
Bem, tudo terminou com uma
indenização de $ 20,00 (vinte soleis) levado a efeito pelo Bidinho que depois
vai entrar com uma ação de regresso contra o Haroldo. Kk
Quando estávamos nos aproximando
de Puno tivemos uma visão da cidade do alto da montanha que nos permitiu
visualizar a conjunção da cidade com o lago Titicaca que nos deixou
embevecidos, em suma, sem fôlego diante de tanta beleza e também por causa da
altitude.
Chegando em Puno |
Enfim, chegamos a Puno no final
da tarde e o Abdiel contratou um tuc-tuc para nos levar ao Hotel onde
estivéramos antes, há 2 anos, quando voltávamos de Lima (Alex, Alexandre,
Abdiel, Bidinho, Everson e eu). Como não nos lembravam do nome do Hotel e só
sabíamos que ficava a beira do lago, saímos seguindo o taxista que a principio
pensou se tratar do Hotel Imperial e no meio do caminho, subindo a ladeira, nós
avistamos o Hotel que queríamos – SONASTA HOTEL – e o líder, num movimento
brusco, entrou na estrada que levada ao saguão do Hotel e nem tivemos tempo de
avisar o pobre do rapaz do tuc-tuc.
Chegamos a buzinar e dar sinal de
luz, mas ele não percebeu e assim, suponho que quando olhou para trás estava
sozinho e embasbacado com tanta proeza desses ״brasileiritos"
em fugir de pagar a corrida. Coitado, esta até hoje procurando por nós!!!
Saindo para jantar |
No dia seguinte, o Bidinho e a
Mônica foram visitar a população (Urus) que vive sobre as águas do lago
Titicaca (ilhas flutuante feitas sobre juncos) e nós (Abdiel, Haroldo e eu)
ficamos curtindo o Hotel e colocando nossos assuntos pessoais em dia.
O Bidinho e a Monica retornaram
as 11h da manhã e nós já estávamos prontos para partir com a pretensão de
chegarmos a Tacna (fronteira com o Chile) e o máximo que conseguimos foi chegar
a Moquequa, ainda no Peru.
Amanhã detalhamos nossa aventura
até Moquequa!!!
Beijos a todos que nos
acompanham.
Gente, me acabei de ri, com a proeza do líder, quando encontrou o hotel; com o coitado do condutor do tuc - tuc que está a procura de vocês; e com as proezas do prof. Haroldo. Muito bom!
ResponderExcluirGostei de ver que o Bindinho e a Mônica estão sempre aproveitando para conhecer melhor os lugares. Como sempre, lindas fotos. bjs e Deus abençoe.
Anísia