terça-feira, 5 de abril de 2011

A MAIOR LOUCURA ATÉ AGORA

Queridas pessoas que lêem e não comentam
Queridas pessoas que lêem comentam, mas não se identificam


Saímos de Cusco com destino a Nasca, pois é o ponto intermediário a Lima, nosso destino final, antes de entrar na loucura cometida, tenho que contar uma historinha que ocorreu.

Acordamos de manhã cedo, por volta das 5hs da manhã pois o caminho era longo, depois de percorrer vários km de manhã resolvemos parar para almoçar, logo após o almoço, o Katatal insistiu de maneira muito incisiva que queria dormir naquela pequena cidade, não entendemos o porque disso.

Quando estávamos saindo da cidade se viu um pequeno prédio com a fachada “Camal Municipal”, o Kata quase pirou, quis ficar a todo custo, pois a noite tinha sessão, sabe como é ele é tarado pelo trabalho dele hehehhehhe.


Agora falando sério, o que no começo se apresentou como um prazer, posteriormente além de se mostrar como um tormento, passou a ser um risco.


A quantidade de curvas nesse trecho era absurdamente demasiado, mal acabava uma curva começava outra, o que para os motociclistas era muito cansativo, além da quantidade, as curvas eram muito acentuadas, eram tão fechadas que Abdiel pai chegou a decorar a placa da própria moto, eu por minha vez bati umas duas vezes a carretinha (pipoca) na porta lateral traseira hehehe.

Além das curvas, esse trecho era cheio de animais soltos, que a todo tempo nos surpreendiam, as carretas com duplo eixo nas mencionadas curvas fechadas invadiam a pista contrária, o que por vezes jogam a gente fora da pista ou nos obrigava a parar inteiramente na pista.

As descidas e subidas eram decoradas com grande quantidade de pedras pequenas, médias e grandes, as chamadas “zonas de derrumes”, que independente de qual delas, caso não se desviasse acabaria com a viagem, outra situação que merece comento são a grande quantidade de água corrente advinda das montanhas, que por vezes fazia as motos e camionete aquaplanar, determinado momento encontramos até gelo na pista, quase quase que sou jogo fora.



Por volta de umas 17hs chegamos a cidade de Puquio onde abastecemos, o cansaço era geral, todos exaustos, porém tal cidade era pequena com pouca infraestrutura, assim alguns queriam ficar nesta, outros queriam chegar a Nasca, diante disso foi feito votação cujo resultado foi chegar a Nasca, com voto de minerva do Abdiel pai, nem me deram direito a voto, só porque eu to de carro, acho isso uma sacanagem.

De Puquio para Nasca eram apenas 160km, porém devido a quantidade de curva, bem como as demais adversidades já citadas a duração da viagem nesse trecho foi de 2h30min, pois além do já citado, havia o frio, especialmente para o Alexandre que não tem aquecedor de manopla, uma hora o encontrei parado no acostamento com as mãos no escapamento da moto, e a escuridão, que aumentava ainda mais o perigo.


Nesse trecho de Cusco a Nasca não havia a margem das pistas, aquela proteção depois do acostamento, aquela que impede a gente de passar direto, e acabamos comentendo a besteira de olhar para baixo, gente, era uma pirambeira de uns 1.500m de queda livre, ou seja, tínhamos que ser perfeitos nas curvas, pois se errássemos teríamos que acionar os pára-quedas, ai Meu Deus, lembrei a gente não tinha pára-quedas.

Graças a Deus conseguimos chegar a salvos em Cusco, todos muito cansados, em especial Abdiel pai, que nem se deu o trabalho de sair pra jantar, pediu comida no quarto pelo serviço de quarto (EU).

Os demais saíram para ligar para seus respectivos, e por um acaso, todos jantaram num restaurante chinês, levei um chineszinho pro meu pai, que jantou e voltou a dormir, amanhã rumo a Lima.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O pico de nossa viagem - Machu Picchio

Queridas pessoas que lêem e não deixam nenhum comentário,

Por volta de umas 06 horas da manhã acordamos, preparamos as mochilas, tomamos café da manhã e aguardamos o guia chegar no Hostal para nos buscar e levar a Machu Picchio.

Dito e feito as 7hs o guia estava lá, nos deu algumas instruções pegou o nome de todo mundo, e falou para que escolhêssemos o nome do grupo, foi nessa hora que o grande Katatal teve uma idéia de homenagear um de nossos companheiros, e deu o nome do grupo de Shopping Center, pelo motivo explicado no post passado.

A bandeira que deveríamos seguir era de cor azul, ou como chamamos aqui de “coloro celeste”, que estava amarrada na ponta de um grande guarda-chuva.

Pegamos um ônibus rumo à Machu Picchio, a viagem levou cerca de uns 45min, até chegarmos ao pé da montanha dos Incas.

Como estava chovendo, todos nós tivemos que vestir de capa de chuva que normalmente era vendida na hora, nosso destaque foi o Alex que, como não podia deixar de ser, comprou uma capa cor-de-rosa, a cara dele, esse pessoal do MT gosta de rosa, eu tava de azul, Abdiel pai de laranja e os demais de preto.


Guardamos nossas coisas no guarda volume, fomos ao banheiro e passamos pela catraca da montanha, e adivinhe o que aconteceu? Perdemos alguém no caminho.

Dessa vez perdemos o Katatal, gente ele sumiu, todos de capa de chuva uma igual a outra, e tem mais achar aquele baixinho na multidão é difícil demais, principalmente se ele estiver para cima de nós qualquer joelho esconde ele.


Depois de muito gritar por ele, até cogitamos abandonar o grupo e contratar um novo guia para esperá-lo, mas resolvemos subir e caso não o encontra-se lá em cima iríamos voltar para procurá-lo em baixo.

Subimos, pessoal das duas uma ou nosso preparo físico está zero ou a subida era muito íngreme ou ambos hehehehe, depois de uns 15 a 20 cm de língua pra fora chegamos e na parte plana deu para encontrar o baixinho.

O nosso grupo foi repartido em dois e acabamos ficando com um guia que não queríamos, pois ele fala espanhol muito rápido e o Everson não entendia nada, além do que pensa num cara ressentido, demonstrava claramente sua xenofobia por espanhóis e americanos, cujo motivo a própria história explica.

Iniciado o passeio e explicações.

Cara o visual, as sensações são indescritíveis, segundo Abdiel pai as pernas chegam a doer só de olhar para baixo, aí você passa a imaginar o que é morar num lugar como aquele, é incrível, fora as questões científicas desenvolvidas por eles na área da agricultura, astronomia, engenharia etc, é tudo muito misterioso e intrigante.


Já a questão religiosa também é muito acentuada, visto que cada pedra, cada formato tem uma questão religiosa envolvida, tanto que crêem que lá era uma espécie de monastério.

Deve-se registrar que o dia estava chuvendo e com muita neblina, a visão era maravilhosa, mas para tirar fotos não fica muito bom.

Lembram que comentei nossa bandeira guia estava amarrada num guarda-chuva, como começou a chover nosso guia abriu o guarda-chuva e dependendo do ângulo que estivesse não dava pra ver a bandeira, vale lembrar que tinham vários grupos, umas mil pessoas lá em cima, todos de capas de chuva e guarda-chuvas abertos, tá bom chega de desculpa, eu e meu pai nos perdemos do restante do grupo.

Quando reencontramos o grupo, percebemos a falta de algumas pessoas, por exemplo, o Alex, o Alexandre, o Katatal e o Everson, ou seja, não tinha ninguém com o guia, acho que ele era muito chato, ou todo mundo se perdeu mesmo.

Assim, findo o passeio, Abdiel pai e eu descemos para almoçar, tínhamos duas opções um restaurante muito chique e caro e uma lanchonete bem mais barato, lógico que optamos pela lanchonete, que descobrimos não ser tão barata assim, gastamos uns R$ 80,00 com dois sandubas e refrigerantes.

Terminado nosso almoço (lanche na verdade) vimos de longe o Alexandre descendo sozinho da montanha, e descobrimos que ele havia se perdido do pessoal, assim, ele almoçou e ficamos esperando o restante do povo.

Olha, vou lhe falar uma coisa bem séria, nunca estive tão orgulho de mim e de meu pai, nesse almoço sentou-se na mesma mesa um casal de irmãos Austríacos e um casal de Alemães que moravam no Canadá, começamos a conversar em Inglês e Espanhol, sobre todos os tipos de assunto, política, direito, saúde, economia tudo, salientando que a comunicação entre todos foi muito clara.




Ou melhor, quase clara, determinado momento, as palavras em inglês e espanhol fugiam e os quatro começavam a falar em alemão, aí eu e meu pai ficávamos boiando, mas não mais do que o Alexandre que só entendia espanhol, foi muito legal.

Esperamos pelos meninos até umas 15hs , quando tivemos quer ir embora sem eles, pois nosso trem partia às 16h 30min, pegamos nossas coisas no Hostal e fomos para o embarque, quando chegamos lá, como esperado, eles já estavam lá.

Descobrimos que nosso desencontro se deu por diferença na classe social, como eles são mais ricos e chiques que nós, foram comer naquele restaurante, pagaram U$ 35,00 (trinta e cinco dólares), uns R$ 60,00 cada um, e não esperam pela gente foram embora direto por volta de 13hs.

Vamos abrir um parêntese aqui, contratamos um pacote turístico completo, com tudo pago, os ônibus, a van, o trem, entrada, hospedagem, tudo menos a alimentação, mas quando encontramos o cara da van, que era outro que não o que havia nos deixado, esse gentil senhor quis nos cobrar 70,00 soles de cada um de nós para nos levar de volta ao Hotel em Cusco, deu uma de espertão.

Gente, o bicho pegou, fomos pra cima dele com nosso vasto portanhol, depois de muita briga, e ameaças de chamar a Polícia Turística e nos levou de graça, mas se fossemos um pouco mais passivos ele teria conseguido o que queria, isto é, enganado os trouxas.

Ao chegar no Hotel em Cusco descobrimos como o clima mágico de Machu Picchio muda as pessoas, é tão divino que torna-as desapegadas as coisas materiais, por exemplo, eu perdi meus óculos e o Alexandre perdeu os óculos escuros do filho dele e a máquina digital da mulher dele, vai apanhar quando chegar em casa.


Durante a viagem na van, eu e o Kata ficamos no banco de trás, logo acima dos pneus, e viemos sacudindo de lá até Cusco, por mais de 2hs, chegamos nas últimas, passando muito mal, assim, na hora de jantar a gente não deu conta, e olha que pra eu dispensar jantar é difícil, assim, ficamos no Hotel e os meninos saíram foram jantar num dos restaurante da Praça de Armas, disseram que foi muito bom.

Assim, mais um dia chega ao fim, amanhã poremos o pé na estrada novamente, rumo a Nasca, depois eu conto essa história.