O céu com nuvens espessas |
Foram necessários dois dias para
que vencessem esse desafio. Saímos de Puno as 13h com a intenção de dormirmos
em Tacna já que pelo Google a distancia seria de 379 KM e pelos nossos cálculos
chegaríamos ao anoitecer.
Belezas da Natureza |
Ai começou o nosso problema,
justo na saída. Para não perder tempo o Abdiel fez como de sempre, contratou um
tuc-tuc para que o condutor nos mostrasse a saída da cidade em direção a Tacna,
cidade que fica na fronteira com o Chile.
Aparentemente isso foi feito e
partimos confiantes que cumpriríamos nossa empreitada conforme o programado. No
trajeto buscávamos a indicação para Tacna e só encontrávamos para Desaguadero,
essa bendita cidade que já havia ficado em nosso subconsciente depois que
tivemos que nos hospedar nesse pedaço do fim do mundo há quatro anos quando
ficamos sem tempo para prosseguir, já que passavam das 19h e a temperatura
estava tão baixa que a água congelava nas torneiras.
Carnaval peruano |
Foi uma experiência horrível na
época, mas, hoje parecia nos indicar que estávamos no caminho certo. Durante o
trajeto pudemos observar que o povo peruano estava em festa e nos disseram que
se tratava do carnaval deles. Muito esquisito se comparado ao nosso. Eles se
vestem com roupas tradicionais, tocam tambores e dançam no meio do nada, ou
seja, no campo aberto. Jogam água uns nos outros e também espuma de sabão que,
infelizmente, tivemos o desprazer de provar, não sem antes colocar em risco as
nossas vidas.
Quando nos aproximávamos de um
desses lugarejos um grupo de rapazes e moças, que estava num lugar mais alto,
tipo um morro, se posicionou e começou a nos acertar com uns balões de
aniversário (bexiga) cheios de água que bateram em nossos capacetes e nossos
corpos com tanta força que, por pouco não fomos ao chão.
Carnaval peruano |
Transcorremos alguns quilômetros
e, de repente, no meio da rodovia, longe da cidade, havia uma multidão de
gente, toda fantasiada, que dançavam no acostamento e no meio do campo de
pastagens. Reduzimos a velocidade e quando passamos por eles fomos atingidos
com uma quantidade imensa de espuma de sabão que cobriu os nossos capacetes,
impedindo a visão. Para eles isso era uma festa!!! Tive vontade de matá-los!! Mas
como não queria ficar presa nessa terra de doido, deixei a vontade passar.
Quando, finalmente, ultrapassamos
Desaguadero vimos uma placa que indicava a direita Puno e a esquerda Tacna,
distante 440 Km. Ficamos pasmos diante disso!!! Só então percebemos que
tínhamos tomado a Ruta (carreteira) errada e que rodamos mais de 300Km fazendo
uma volta desnecessária.
Começando o deserto |
Já passava das 16h e sabíamos que
Tacna não seria nosso destino final nesse dia. Optamos então em dormir em
Moquequa, a maior cidade encontrada entre esses dois pontos. O que não sabíamos
era que teríamos que subir as montanhas até 4.800 MSNM e que estaria chovendo e
com muita neblina.
Antes, porém, tivemos que parar
numa barreira de fiscalização da policia peruana e para nosso desgosto fomos
abordados e informados, com a cara mais lavada do mundo, que havíamos cometido
uma infração de transito e que não poderíamos prosseguir se não pagássemos uma
multa de $ 400,00 (quatrocentos soleis) para os peruanos, mais como éramos
estrangeiros o valor seria de $ 400,00 (quatrocentos dólares).
Policiais que honram suas fardas |
Não adiantava argumentar, ou
pagávamos ou os veículos seriam retidos por tempo indeterminado. Sem ter outra
saída, nos restou mostrar a eles que tudo o que tínhamos era $ 200,00 (duzentos
soleis) e R$ 300,00 (Trezentos reais) que, depois de muita discussão, acabou
sendo aceito pelos sacanas corruptos.
Depois desse assedio financeiro,
começamos a subir a montanha. O dia já estava indo e a noite se aproximava
rapidamente, com um céu carregado de nuvens espessas.
Com muita dificuldade e muita
tensão conseguimos atravessar essa parte dos Andes debaixo de muita neblina e
chuva, com a temperatura chegando a casa dos 2˚C. Já perto da cidade encontramos uma nova
barreira policial, só que desta fez foi maravilhosa a forma como fomos recebidos
pelos policiais. Eles, não só nos receberam com muita educação como
disponibilização o banheiro privativo deles para que pudessemos fazer uso.
Cansados de procurar os documentos |
Conversamos um pouco com eles e
soubemos, então, que há 2 (dois) anos existe uma nova rodovia saindo de Puno a
Tacna e que reduz a distancia em mais de 3horas. Isso fica para a próxima
viagem!!!
Essa noite dormimos em Moquequa e
na manhã seguinte, bem cedo, seguimos para Iquique-Chile, não sem antes passar
por Tacna e depois de percorrer 40Km, já perto de Arica-Chile tivemos que
enfrentar as duas Aduanas e todos os seus protocolos.
Esperando abertura da estrada |
Não posso deixar de contar a
vocês que quando chegamos a Tacna vimos uma barreira policial e atrevidamente
fomos em direção a eles e pedimos informação de como sair da cidade. Eles
estavam parando todos os carros e pedindo os documentos exigidos para o
transito e quando nos viram vieram todo solícitos nos dar informações que
pedíamos e como não compreendemos direito um policial se prontificou em nos
guiar até a saída. Foi super legal e ficamos imensamente agradecidos a eles.
Isso fez com que desejamos voltar a esse País apesar de alguns contratempos.
Policial nos escoltando em Tacna |
Chegamos próximo do meio-dia nas
Aduanas e antes de atravessar a fronteira resolvemos almoçar no restaurante do
local que, a pedido do Bidinho, permitiu que pudessemos usar o local que era só
de funcionários das duas aduanas.
Na hora do almoço, o Abdiel
começou a procurar o documento original da BMW e quem disse que ele encontrou??
Perdemos um tempão procurando em todos os lugares possíveis e quando não
tínhamos mais o que olhar ele decidiu que enfrentaria as Aduanas apenas com a
cópia do documento.
Foto que levou o Haroldo ao desespero |
Por incrível que pareça isso não
foi o problema, eles aceitaram naturalmente o documento apresentado. Ai começou
o outro problema – A aduna peruana exigiu a apresentação de um documento que
foi preenchido quando da nossa chegada no país, lá na cidade do bife aparado
com a mão que o Haroldo comeu. Esse mardito documento se chama SUNAT .
Chegando em Iquiqui |
E dessa vez quem pisou na bola
foi o Bidinho. Não me perguntem onde ele enfiou que eu respondo.... Passamos
mais de duas horas procurando!!! Reviramos tudo que estava ao nosso alcance.
Até os policiais que estão por perto quiseram ajudar, diante de tanto
desespero.
Nos informaram então, que
tínhamos que fazer um registro policial pela perda do documento e pagar uma
multa de $ 12,00 (doze soleis) e como era domingo isso só poderia ser feito na
segunda-feira. Estávamos numa sinuca de bico – Nós, pessoas físicas, já
tínhamos dado baixa nos passaportes e já tínhamos saído do País. O problema era
a moto e ai, o que fazer???
Iquiqui, uma linda cidade |
Acho que os caras da aduana
ficaram com pena dos Mané e decidiram nos deixar seguir em frente e assim
conseguimos sair do País. Depois de enfrentar a Aduana Chilena, sem grandes
percalços, seguimos, finalmente, para Iquique onde ficamos por dois dias.
Amanhã eu conto essa parte da
aventura!!
Beijos a todos.
Minha Amiga...
ResponderExcluirConsegui rastrear Vocês..
Quanta adrenalina... Rsrs...
Parabéns por ter o dom de transmitir as aventuras e nos deixar curiosos c as estórias...
Fico muito feliz por estarem curtindo mais essa viagem..
Vocês merecem... Aproveitem..
Forte abço, DANIELE
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuanta aventura e sufoco estamos perdendo!
ExcluirNa volta, quando paramos para abastecer, dois bolivianos estavam enchendo vários balões com água. Escapamos, graças a Deus.
Coitado do professor Haroldo, continha sofrendo com as alturas (kkk...)
Queremos ver as fotos, depois.
Ótimas aventuras e Deus abençoe e proteja vocês. Bjs
Anísia Grécia Bessa