quinta-feira, 23 de julho de 2009

Por fim... Adeus! E o meu muito obrigada! ;)

Muito bom dia, caros integrantes e leitores do Rondônia Road felizmente, ou infelizmente hoje é a ultima vez que vocês me terão como bloguista e redatora fiel aos acontecimentos dessa viagem maravilhosa, afinal esse é o ultimo post referente à mesma. Como vocês puderam ver no post anterior nós estávamos rumo a rodovia InterOceànica que liga o Peru ao Brasil, sendo exatamente isso o que nós fizemos. Arrumamos as malas e fomos até o ponto que deveria ser o nosso destino Puerto Maldonado. Tudo o que nós sabíamos sobre essa estrada não passava de especulação, o famoso “diz-que-me-disse” e não havia outra forma de constatar qual era o estado da estrada a não ser que nós mesmos verificássemos. Nos primeiros 100km iniciais da saída de Cuzco até Puerto Maldonado, ainda tem asfalto, por sinal muito bom, pois tinha sido recém feito. A paisagem é de tirar o fôlego, uma mescla de montanhas suntuosas com vales sonhados e que na minha memória vai ficar p/ sempre como o papel de parede ideal pra qualquer momento da minha vida!
Pouco mais de 100km depois do inicio da estrada começam os desvios (estradas de terra paralelas a estrada principal que está sendo construída.), começando da mesma forma o nosso sufoco (mais do Jair do que de qualquer um!), afinal, com a moto em cima da carretinha a velocidade máxima que nós poderíamos empregar no carro dali p/ frente seria em média 20 à 40km/h. Eu nem preciso dizer, pois para aqueles que me conhecem isso não é lá uma grande novidade, mas por mais que eu me esforçasse, uma hora ou outra os meus olhos fechavam sem eu querer! Mas, entre olhos fechados e abertos eu pude ver centenas de coisas magníficas, como por exemplo: A construção 24 horas por dia de um asfalto que está sendo feito pra durar, com uma qualidade que eu não tinha visto em nenhum outro lugar, muito menos aqui em Rondônia, é claro, afinal os asfaltos aqui são da grossura de folhas de papel e lá, os asfaltos são da largura de um exemplar de Dom Quixote ilustrado! Além, claro de mini-cidades feitas entre a mata nativa e a floresta amazônica que abrigam o contingente de trabalhadores que não param nenhuma hora do dia p/ que essa rodovia (que, diga-se de passagem, vai ser uma rodovia magnífica!) fique pronta ainda no final desse ano, mas diz o Jair que o trabalho é muito grande e que dificilmente eles conseguirão, talvez só lá pro meio do ano que vem. Como eu não entendo muito dessas coisas achei melhor nem concordar e nem discordar! =)
Na hora do almoço nós comemos os sanduíches que eu tinha feito na noite anterior, sanduíches de Atum. Por favor, nunca mais eu quero nem ouvir falar de sanduíche de Atum, foi sanduíche de atum no almoço, no lanche, no jantar, na ceia e no lanche da madrugada! O Jair disse que por ele, daqui a seis meses, ele volta a comer atum, eu não como mais atum nem por decreto! =P
Acho que deve ter sido uma viagem bem incomoda pro Abdiel, com aquela perna engessada encontrar uma posição confortável, deve ter sido uma tarefa um tanto quanto difícil!
Foi uma viagem bemmmm longa, na qual o Jair dirigiu sem parar, por cerca de 21horas e na qual nós três - Abdiel, Amélia e eu, nos revezamos ao extremo p/ ficarmos acordados e fazer companhia p/ ele. Foi desse jeito que nós vimos à paisagem mudar drasticamente da mata nativa peruana para floresta amazônica, ainda dentro do Peru. Atravessamos dois rios que cobriram até a metade a Hillux e quase afogaram a HD e chegamos em Puerto Maldonado às 5:00 da manhã loucos por um banho, comida e cama.
Mas, como vocês sabem, pra nós nada é muito simples nós chegamos ao primeiro hotel somente p/ descobrir que a única vaga que tinha pro Abdiel era no segundo andar e o hotel não tinha elevador. Fomos então, para o segundo hotel (no qual p/ conseguir chegar nós nos perdemos 2 vezes) somente p/ poder descobrir que as vagas que tinham só teriam até as 9hras da manhã e eram 5:45, além do preço ser exorbitante sem desconto nenhum, mesmo que por menos de 5hras. Um verdadeiro absurdo!Quando nós conseguimos encontrar o terceiro hotel já era 6:15 e a dona disse que nós teríamos quartos p/ dormir somente a partir das 7:30 da manhã, ou seja, lá estávamos nós no meio da rua morrendo de fome e de sono, quando o Abdiel teve uma idéia, dessa vez não tão brilhante, de irmos comer no mercado central. Acreditem, naquelas circunstancias até sanduíche de atum eu preferia ter comido! De volta ao hotel, a dona ainda não tinha conseguido desocupar e limpar os quartos a tempo de modo que nós não tivemos outra alternativa a não ser sentar no saguão e esperar. E o Jair coitado, foi lavar o carro e a moto p/ conseguir ficar acordado enquanto nós esperávamos os quartos desocuparem. Logo depois da nossa chegada, o quarto do Abdiel e da Amélia ficou vago, eu me encolhi num cantinho da cama deles e desmaiei, somente depois das nove um quarto pode ser desocupado p/ mim e o Jair coitado que passou mais de 24hras acordado pode dormir somente às 11hras da manhã daquele dia. Pensem num cansaço! Nós, Abdiel, Amélia e Anie ainda conseguimos almoçar naquele dia, já o sono do Jair impediu e de comer por mais que eu espancasse a porta do quarto dele!
Pra completar o meu desespero, o almoço de todo mundo chegou e o meu não! Que raiva viu?! O El Califa, apesar de gostoso é uma enrrolação só!
Mais tarde eu até que consegui levar o Jair p/ comer alguma coisa, mesmo que o Abdiel quisesse que eu levasse o pobre do menino p/ comer paca! Só meu pai mesmo! xD
Depois de devidamente descansados, nós saímos p/ jantar num restaurante chamado “Carne Braba”, pensem num restaurante bom?! Uma delicia mesmo!Tocava umas musicas maravilhosas e tinha uma comida divina. Vale a pena conhecer!
Ah, a propósito, só pra vocês saberem, o tempo todo nós andamos naqueles triciclos típicos do Peru e da Bolívia. Uma verdadeira graça ver o Abdiel entrando naquela parada com a perna engessada! Rrsrsrsrsrsrsr! Talvez eu tenha só um pouquinho de humor negro! =P
No dia seguinte nós arrumamos as malas e partimos para Rio Branco, cada vez mais perto de casa o fim da nossa viagem estava cada vez mais próximo... Chegamos por volta de cinco da tarde, uma viagem tranqüila e sem grandes acontecimentos a não ser a claro a nossa felicidade em chegar em Brasiléia e poder enfim, comer comida brasileira, a boa e sempre desejada picanha com farofa! Sim, vocês leram certinho é FAROFA! Isso foi um acontecimento muito, mas muito feliz mesmo! Depois de devidamente banhados e descansados nós fomos jantar com o Leandro (marido da Andiara e meu cunhado.) num restaurante japonês super bonito! Foi uma noite divertida, com muitas historias e risos... Quis muitíssimo ter a minha irmã também naquela noite a ansiedade pra ver o tamanho da barriga dela era imensa(ela está grávida de 8meses da neta e da sobrinha mais amada desse mundo!), felizmente logo,logo nós estaríamos em casa e isso seria possível! E foi exatamente isso o que aconteceu, às 4hras da tarde do dia seguinte nós estávamos entrando pelo portão de casa e encerrando a nossa viagem pela América Latina! O que eu posso dizer?!Tudo o que eu posso dizer é isso: “Vou sentir saudades!” De quê?! “De TUDO! De poder ver meus pais todos os dias, de brigar com Jair todos os dias, de poder ver lugares maravilhosos e mais que tudo... Vou sentir saudades de acordar todos os dias num lugar diferente! Acho que isso não é um privilegio meu, mas mesmo assim é isso o que eu sinto!”

“Vai chegar um dia que não irei mais agüentar a saudade, e ela transbordará pelos meus olhos. Pense que isso não são lágrimas de tristeza, mas também tampouco de alegria. É incrível como pude viver sem te ter por mais de semanas, sendo que hoje uns dias voltam a me sufocar. Saudade é uma dor inexplicável, parece que o tempo pára. E não há distração que o faça passar. Não sei o que faço com meus dias que parecessem ser tão compridos, nem como cessar os meus pensamentos quando a noite chega. É como estar sozinha, sem estar. É como se um vazio encontrasse meu peito e fizesse o doer intensamente até eu esquecer. Mas dão alguns poucos minutos e volta, até a próxima esquecida. Saudade é parecer que o mundo vai acabar, e de repente perceber que não é tão grave assim. Saudade é ser dramática aos montes e de repente se auto-confortar sabendo que logo vai passar, tão logo como irá sempre voltar.”

Laura Meyer

Ps1: Aos meus pais, Abdiel e Amélia o meu, muito obrigada por essa oportunidade única, é maravilhoso poder saber que quando eu mais precisei na vida eu tive vocês pra me levarem por essa aventura incrível! Eu os amo demais e essa é sempre vai ser a minha maior certeza! E o segundo em que eu não tiver vocês ao meu lado todos os dias, acreditem o coração vai se comprimir e chorar o tempo todo! A verdade é que não existe nada no mundo do qual eu me orgulhe mais do que de ser filha de vocês dois!

Ps2: Aos integrantes do Rondônia Road saibam, o meu carinho por vocês é e sempre será o mesmo! Cada um de vocês tem um pedaço de mim e uma história comigo, algo assim jamais pode ser esquecido! Um enorme beijo em cada um de vocês que me marcaram de forma tão única e especial!

Ps3: É já que eu não tenho opção eu vou falar dele sim... Jair seu mala... Obrigada, por ter sido meu amigo todos os dias, mesmo nos dias ruins, por ter agüentado as minhas crises emocionais e de falta de paciência, por ter rido das mesmas piadas todas às vezes que as mesmas eram contadas (a piada do centro ta no topo da lista! =P), pelas guerras de protetor solar, neve, travesseiros e afins. Você é um amigo único! Mas convenhamos... Vc é um MALA! Ei...

Parceiro é parceiro! ;* Sentirei saudades...(mentira! Eu to sendo legal! =P)

Ps4: E finalmente, eu vou sentir saudade de vocês meus fiéis leitores... Mesmo daqueles que nunca comentaram, mas sempre se divertiram às nossas custas!

Aqueles que nos acompanharam por todo esse tempo... Beijossss!

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