sábado, 1 de outubro de 2011

762 KM PERCORRIDO E NOVO PIT STOP

Oi pessoal,







Depois de todos os transtornos que tivemos para chegar a Rio Cuarto e depois de passarmos o dia inteiro no saguão do Hotel esperando que a moto fosse consertada, o que realmente aconteceu graças aos mecanicos Roberto e Ezequiel, finalmente tomamos a estrada no dia seguinte rumo a Reconquista, Santa Fé, Argentina.


A moto roncava na estrada!! Saimos bem cedinho para ganharmos tempo e aproveitar melhor a manhã porque a temperatura é mais agradavel.


Tudo dando certo - Logo no primeiro posto de gasolina, um anjo da guarda nos desviou da Ruta 11 - principal via de acesso para Reconquista e cheia de caminhões transportando produtos agricolas da região e muito perigosa. Optamos, então, pela Ruta 1 - via secundária e que percorre toda a costa do rio Paraná. O lugar é maravilhoso e quase sem transito, com asfalto em muito boa condição de trafegar.


Abusamos um pouco das condições favoraveis e percorremos 762Km até Reconquista, onde chegamos ao cair da tarde - extremamente exaustos!!! e com a pretensão de recomeçarmos bem cedo a nova jornada rumo a Asunción, Paraguay. Mas, como diz o velho ditado - O homem põe e Deus dispõe.


Ao estacionarmos as motos em frente ao Hotel, o Abdiel, já muito cansado, resolveu que só guardaria a moto no estacionamento depois que estive já descansado e assim fez. Quando saimos para o jantar ele foi primeiro guardar o moto e ...tchan, tchan, tchan... a moto não pegou - Ela morreu, ela morreu e ninguém quis acreditar!!! Afinal, ela tinha acabado de sair de uma revisão e se mostrava tão valente, forte, disposta. A verdade é que nada a fez ressuscitar!! Tristeza, decepção e muita coragem para recomeçarmos tudo de novo.


A principio não sabiamos que decisão tomar, pois aqui na Argentina, nesta região, pouco ou quase ninguém tem Harley porque foi proibido a importação e consequentemente, dificilmente teria um técnico habilitado para fazer o reparo.



Mais uma vez a preseñça de Deus - na recepção do hotel encontramos um motoqueiro solitário e dono de uma Harley que ele ¨importou¨ dos Estados Unidos e estava voltando com ela para tentar cruzar a fronteira - Éder, que não é o Jofre, isso é explicação dada por ele. Ele nos disse que não deixassemos mexer na moto ali em Reconquista e nos deu um endereço de uma concessionária em Assunção, Paraguay. Jantamos na companhia dele e discutimos as possiveis estrategias para o dia seguinte.
Como dissem - A noite é uma grande conselheira - e, assim, no dia seguinte o Abdiel tinha tomado a decisão - Iriamos para Asunción e para isso tivemos que acionar a seguradora de veículos MAPFRE que, em tese, teria a responsabilidade de nos deixar no local onde ela pudesse ser consertada.


Depois de inúmeros telefonemas, registro de protocolos, etc, etc, contatos, estes, que começaram as 7:30h da manhã e que só nos deu um retorno plausivel as 13h, quando já exaustos de tanto esperar, resolvemos ir almoçar, eles finalmente nos informaram que o representante da seguradora no país iria nos tirar do hotel as 18h rumo a Asunción - 540 km.
Ficamos igual isopor na água, boiando o dia inteiro, buscando o que fazer e claro, usando o lobby do hotel. Na tentativa de fazer uma reserva num Hotel do Paraguay o meu Netbook sofreu uma avaria - um vírus quase detonou o coitado. Inconformada pedi ajuda ao Aluíldo que fez tudo o que sabia. Reinstalou o antivirus, fez uma limpeza dos cokkies e enfim...nada parecia resolver. Ontem, portanto, não houve blog.


As 18:30h chegou ao Hotel um jovem rapaz (Pablo) com a Grua - caminhão de reboque com plataforma móvel - (ver foto) que com maestria colocou a moto encima e a fixou para a longa viagem. Deixe eu explicar: Abdiel e eu, com os capacetes nas mãos embarcamos no caminhão e o Aluíldo em sua potente BMW nos seguiu por todo o trajeto até Clorinda, cidade argentina, fronteira com o Paraguay, distante 503km.


Viajamos a noite inteira e numa impressionante velocidade de 80 km a 100km por hora. Pobre


Aluíldo, sofreu igual sovaco de aleijado!! Nós dois (Abdiel e Eu) podiamos, de vez em quando, dar uma leve cochilada, mas ele, coitado, não podia vacilar!! Varou a noite acordado e entediado com a lenta jornada. Quase um pesadelo!!


Por falar em pesadelo - entre outros, o Aluíldo teve que fazer até bafometro - logo ele que não bebe nada alcoolico!! Isso porque o policial argentino,a titulo de cumprir suas obrigações, tentava de todas as maneiras fazer o Aluildo entender que poderia evitar tudo aqui se desse uma propina para ele. Fazia muito tempo que isso não acontecia com a gente na Argentina. O pavor do Aluildo era que os policiais de alguma maneira produzissem provas ilicitas contra ele. Segundo o Éder - aquele da moto ¨importada¨, ele não deveria ter essa preocupação pois tudo o que eles queriam era ¨propina¨ e não dor de cabeça, trabalho, segurando quem quer que fosse.



Finalmente, as 3h da manhã - depois de 6h de viagem - chegamos a Aduana onde o Pablo - o motorista da grua nos deixou, pois ele não poderia atravessar a fronteira (faltava autorização para transporte internacional). Acreditavamos que a seguradora teria providenciado o translado e nos tivesse encaminhado uma outra grua que nos levaria até a concessionária da Harley em Asunción. Ledo engano, estavamos abandonados no meio do nada, no meio da noite e para piorar a situação- NO PARAGUAY!!!


Inicio de uma nova odisséia: Tinhamos, por nossa conta e risco, que vencer 47 km até o centro de Asunción. Não se esqueçam - era madrugada!! e tudo que tinhamos era uns paraguaios dispostos a nos extorquir, tirar o couro!!! Tudo isso a titulo de dar uma solução aos nossos problemas.


Eis que o Aluíldo vencendo suas convicções resolve aceitar a extorção e contratou um táxi que ali estava na espreita do primeiro necessitado e este deu uma solução - com certeza nada segura, mas a única viável naquela circunstância.



A moto foi amarrada na traseira do táxi, por umas tiras velhas emprestadas de um caminhoneiro e o Abdiel - Meu Herói - subiu na moto e foi puxado por 37 km a uma velocidade média de 30 km por hora. Sobrevivemos e aqui estamos nós para contar mais esta aventura.


A moto foi finalmente consertada pelos responsaveis pela concessionária, o casal Antônio e Nany a quem devemos nossos sinceros agradecimentos por todo o apoio que nos dispensaram.


Amanhã, com a graça de Deus, sairemos em direção a Ponta Porã - B R A S I L !!!



Vamos cruzar o Paraguay pela rota 3, chegando pela rota 5 a Pedro Juan Caballero.


Que saudade dos meus três netos!!!


P.S. Até chegar em Asunción tivemos outras paradas ¨Obrigatórias¨ que nos deixaram sem nada no bolso - até nossos reais (R$) eles não dispensaram!!! Triste para alguem como eu que tem suas origens neste país. Quem sabe um dia isso tudo muda!! Torço por isso.




BEIJOS A TODOS



2 comentários:

  1. Creio que, apesar de todas as dificuldades, a aventura vale a pena. Lamento não estar por aí. Adoraria.

    Seguindo-os sempre.

    Bjs

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  2. Oiii meus amores, nao nos falamos ontem, e pelo visto tao cedo nao nos falaremos hj.
    Gracas a Deus a moto teve conserto, ahh nao se esquecam de guardar todas as notas para serem ressarcidos aqui, os meus bbs tmb morrem de saudade dos avos.. amo vcs!!!
    beijos!

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